Eu Pretendo Com a Minha Poesia Exaltar a Cultura Nordestina!!!
Pelas nossas riquezas culturais
É que vivo na poesia imerso
Pra tentar relatar em cada verso
Esses dotes sublimes, geniais,
Que estão nos mais simples recitais
Ou na lira poética mais grã-fina
Deus me deu esse dote e a minha sina
É viver a versar no dia a dia
Eu pretendo com a minha poesia
Exaltar a cultura nordestina.
Admiro o poeta cantador
Que ao som da viola bem verseja
Alegrando essa gente sertaneja
Que habita no rude interior
Seja em palco, na praça ou onde for
Sua verve poética predomina
O poeta obedece a lei Divina
Que comanda os versos que ele cria
Eu pretendo com a minha poesia
Exaltar a cultura nordestina.
Nossa lavra poética é divulgada
Através do poeta repentista
Seja aquele que aboia ou o coquista
Assim como o poeta de bancada,
Em folhetos é muito propagada
E nas feiras ainda predomina!
Escrevê-la me alegra, me fascina,
Embevece, enaltece e inebria,
Eu pretendo com a minha poesia
Exaltar a cultura nordestina.
A ciranda no auge aínda está,
O reisado e o cavalo marinho,
Mamolengo não foge do caminho,
Assim como o forró e o boi bumbá,
Nosso frevo esquecido não será
Pois frevar para nós virou rotina,
Os folguedos da época junina
Só nos traz diversão e alegria,
Eu pretendo com a minha poesia
Exaltar a cultura nordestina.
Frequentei as quermesses e leilões
As carreiras de prado e cavalhada,
Cantoria, novena, vaquejada,
Fui as missas a terços e missões,
Acendi as fogueiras, e os balões,
Soltei tantos nos vales da campina,
Dessa minha vivência campesina
Esquecer eu não posso e nem queria!
Eu pretendo com a minha poesia
Exaltar a cultura nordestina.
Do jumento embaixo da canalha
Carregando um par de ancoretas,
Das chibancas, enxadas, picaretas,
Não esqueço do meu chapéu de palha,
Minha rede e a camisa de malha,
Minhas calças de linho e trcolina
A cacimba de água cristalina
Que a jarra e o pote abastecia,
Eu pretendo com a minha poesia
Exaltar a cultura nordestina.
Não esqueço dos porcos no chiqueiro
Do curral dos bezerros, da vacada,
Das galinhas no fim da madrugada
Uma a uma descendo poleiro,
Do pilão, do fogão, do candeeiro.
Do cachorro, da vaca pandolina,
Do cavalo a sacudir a crina
Quando um banho tomava meio-dia,
Eu pretendo com a minha poesia
Exaltar a cultura nordestina.
Nesse breve relato que ora fiz
Recheado de poesia pura
Procurei manter viva a cultura
Do lugar que nasci e fui feliz.
Não pretendo arrancar essa raiz
Que a mente sustenta e determina
Que eu não tire essa imagem da retina
Mas que a mesma não cause nostalgia
Eu pretendo com a minha poesia
Exaltar a cultura nordestina.
Carlos Aires
Recife PE.
16/01/2022