Quando Chove no Sertão O Sertanejo Agradece!!!
Quando Chove no Sertão
O Sertanejo Agradece!!!
Quando o ano se inicia
Traz com ele a esperança
Que a fartura e a bonança
Saúde, paz e alegria,
Não faltem no dia a dia
Porque a gente merece!
E quando a chuva aparece
Alivia o coração,
Quando chove no sertão
O Sertanejo agradece.
A Serra fica encoberta
Por uma densa neblina
Lá no topo da colina
Um raio faz o alerta
A chuva chega na certa
Quando o trovão estremece
A água com força desce
Pelo leito do grotão,
Quando chove no sertão
O Sertanejo agradece.
A seca fecha a cortina
Do teatro, e encerra o drama,
Nasce uma ponta de rama,
Nos arbustos da campina,
Já não se escuta a buzina
Da cigarra, que emudece,
O camponês se apetece
Com a cantiga do carão!
Quando chove no sertão
O sertanejo agradece.
O gado solto no pasto
Escolhe a erva que come
Já não lembra mais da fome
Que sofreu no campo vasto
Logo a chuva apaga o rasto
Da seca que esmorece
E quando a terra umedece
Termina a desolação
Quando chove no sertão
O sertanejo agradece.
O camponês animado
Da cama levanta cedo
Por já ter perdido o medo
Da seca, e vai pra o roçado,
Coloca um bornal de lado
Da enxada não se esquece
Começa quando amanhece
Fazer sua plantação
Quando chove no sertão
O sertanejo agradece.
Com três dias do plantio
Na terra a plantinha brota
E o campesino nota
Que terá um desafio,
Porque o mato bravio
Nasceu viçoso e parece,
Que muito breve carece
Fazer a capinação.
Quando chove no sertão
O sertanejo agradece.
Dois meses depois da planta
O milho solta O pendão
Está florido O feijão
E a Fava já se levanta
Isso faz com que garanta
A boa safra, e o estresse
De antes desaparece
Por não ter motivação
Quando chove no sertão
O sertanejo agradece.
No meu versejo singelo
Dei uma demonstração
Da vivência nesse chão
Que é pobre, porém é belo,
O campesino fez elo
Com Deus pai da criação
A Ele faz louvação
De joelhos numa prece
O sertanejo agradece
Quando chove no sertão.
Carlos Aires
Recife PE.
06/01/2022