"LETRAS FRIVIANDO"
Hoje amanheci com as letras FRIVIANDO em meu juízo.
Ispiem
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Botei um cacho de água
Pendurado na janela
Acendi meu candeeiro
Com o facho dos olhos dela
Preguei um raio que caiu
No batente da janela
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Peguei o bravo trovão
Que parou de trovejar
Porque peguei a viola
E pra ele fui cantar
Um verso do Patativa
E ele foi se acalmar
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Peguei um lençol de nuvem
Estendi no meu quintal
O sol veio e esquentou
Mostrando ser maioral
E uma estrela azulada
Deu seu brilho magistral.
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Uma arara azul fez ninho
Na cumieira de casa
Um beija flor beijou tanto
Que quase perdeu a asa
Que de tanto ela bater
As penas viraram brasa.
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Daí coisas mais estranhas
Começaram acontecer
Um navio tava voando
Vi um aviao aparecer
Saiu de dentro do mar
E no seu teto trazer
Um trem maior que o mundo
Que fez meu corpo tremer
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Uma vaca avuando
Arrastando um crocodilo
Um leão tava montado
Nas costas de um esquilo
Um jegue assustado indaga:
Que troço feio é aquilo?
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Um padre cantando rock
Pai de santo dançando vem
Aparece um hare krishna
E um grande monge tambem
Uma borboleta feliz
Voa canta e diz amém.
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A água que pendurei
No batente da janela
Fez minha imaginação
Acender os olhos dela
Raio e o trovao caiu
Acordei não vi mais ela.
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Eu vi Camões com Neruda
Lendo um livro "CORPO AFLITO"
Do poeta Ronald Freitas
Vi Drummond dizer num grito:
Tem uma pedra no Caminho
Avisem ao Oscarito.
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Chame logo Mazaropi
E o Coroné Ludugero
Traga Cecilia Meireles
Ouvir Clarice eu quero
Num verso de Coralina
Gregorio eu também venero.
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Foi um sonho flutuante
Vindo da inspiração
Da mente de um poeta
Que em cordel faz refrão
E torna tudo possível
Nas asas da imaginação.
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Carlos Silva.
Caldas de Cipó BA
07.11.2021