A HISTÓRIA DE CARLOS MARIGHELLA
“Ele não teve tempo de ter medo”
Quem luta por liberdade
Escreve seu próprio enredo
Desfila em seus caminhos
E cada passo é um segredo
Marighella foi o HOMEM QUE
NÃO TEVE TEMPO DE TER MEDO.
Marighela foi um politico
Foi escritor e guerrilheiro
Comunista de atuante
Com seu cunho verdadeiro
Era a voz de muitas vozes
Desse povo Brasileiro
Era poeta e professor
Pois tinha sabedoria
E gostava de escrever
Criando muita poesia
Pela escrita ele tinha
Uma grande simpatia
Hoje é 4 de novembro
Cá estou com meu papel
Escrevendo a história
Com uma visão fiel
Narrando sobre Marighella
Nesses versos de cordel.
Da baixa dos sapateiros pro mundo
O Baiano Marighella cresceu
Feito João Candido trouxe sua revolta
Entre os Malês, e tudo que aprendeu
Que a opressão não pode matar os sonhos
De um homem que nunca se rendeu
Segundo eu fui pesquisar
Pois está escrito na história
Que Carlos Marighella ele era
Torcedor de um time de glória
Nosso querido Rubro negro
Esporte Clube Vitória
Que a literatura seja
Um pedaço da memória
E reconte em versos brandos
Toda sua trajetória
Que com zelo pesquisado
Reconta essa história
Aos que lutam (e são milhares)
Nunca deixem de sonhar
E nos sonhos ainda sonhe
Sonhando realizar
Pois cada sonho sonhado
É uma maneira de acreditar.
No dia 5 de dezembro
Carlos Marighella nasceu
Em 1911
Esse fato aconteceu
E no dia 4 de novembro
Em 69 morreu
O Sr. Augusto Marighella
E D.Maria Rita do Nascimento
Eram, portanto seus pais
Fruto desse casamento
Que tiveram mais 6 filhos
Esse foi o complemento
Augusto Marighella veio ao Brasil
Á sua mãe fazer companhia
Que viera da Italia pra São Paulo
Pois ao tornar-se viuva ela sentia
Que por lá a situação de vida
Para ela com certeza pioraria
Negra e filha livre de escravos
Africanos trazidos do Sudão
Dona Maria era ex empregada
De um casal de franceses na ocasião
E com Augusto Italiano aqui chegado
Com ele fez sua grande união
Há 52 anos atrás
Por conta de uma emboscada
Na alameda Casa Branca
Conforme história contada
Foi bala pra todo canto
E sua vida foi ceifada.
Era uma noite de sábado
Que isso acontecia
Alvejaram Marighela
E ali a vida perdia
Num ato de atrocidade
E de muita covardia
A Ação Libertadora Nacional
Nasceu pra combater a opressão
Marighella teve lá os seus motivos
Pois um povo sem luta é vida em vão
Estar sempre pronto pra viver
E aos castigos apender a dizer NÃO
Recebeu apoio de celebridades
Artistas filosofo e cineasta Internacionais
Que o apoiaram nalgumas ações
Conforme registros gerais
E teve apoio também de artistas
Combatentes nacionais
A ALN crescia
E assim incomodava
A luta armada se expandia
Ganhava corpo e aumentava
Começaram pegar mais pesado
Perseguia tortura e matava
Ana Maria Nacinovic Correa
Iuri Xavier Pereira
Marcos Nonato da Fonseca
Tiveram morte certeira
Junto a Arnaldo Cardoso Rocha
Naquela triste quarta feira.
Isso foi no bairro da Mooca
Em São Paulo capital
Em 1972
Contam os fatos afinal
Que os quatros morreram ali
Naquele exato local
No Restaurante Varela
Eles foram denunciados
Pois existiam cartazes
Com fotos pra todos os lados
E que aqueles elementos
Estavam sendo procurados
Antônio Carlos Bicalho Lana
Esse conseguiu escapar
E daquele tiroteio
Ele veio se safar
Mas seus outros companheiros
Tombaram naquele lugar
Para a Agência de Inteligência Americana (CIA)
Marighella era sucessor de Che Guevara”.
O Guerrilheiro Argentino e inimigo
Do regime que por lá já se formara
Che e Fidel Castro foram amigos
Conforme a história revelara
Articulador de greves, organizador de assaltos
E idealizador de revoluções,
Marighella era visto como “terrorista”
Praticando as mais terríveis ações
Era isso que constava nos arquivos
Devido suas sucessivas reclusões
O INIMIGO NUMERO 1 DO REGIME
Perdeu a vida numa dita emboscada
Marighella soube suportar tortura
Pois por ela sua vida foi marcada
TODO AQUELE QUE LUTA PAGA CARO
QUANDO A FATURA COM A VIDA É COBRADA
A sua primeira prisão
Na data que aconteceu
Era 22 de agosto
Que esse fato se deu
Em 1932
Isso então ocorreu
As tropas de Juracy Magalhães
Fez a coisa ficar feia
Naquela data se registra
Conforme a pesquisa clareia
Era então a primeira vez
Que Marighella ia pra cadeia
Em 1934
Abandona o curso de engenharia
Novas tendências na vida
Ele assim escolheria
E ao Partido Comunista Brasileiro
Marighella então se filia
Em 1º de maio de 1936,
Foi preso por subversão
Torturado pela polícia subordinada
Ao Filinto Müller então.
Encarcerado por um ano.
Era mais uma prisão
Fora solto Marighella
Pela chamada MACEDADA
José Carlos de Macedo Soares
Ministro que deu a canetada
Libertando presos políticos
Sem condenação declarada
E ao sair da prisão
Entrou para a clandestinidade
Sendo recapturado em 1939
Contam os fatos de verdade
Foi novamente torturado
Em 1945 teve liberdade.
Quando foi beneficiado
Com o processo da anistia
De redemocratização
No o país acontecia
E assim então a Lei
Da prisão lhe libertaria
De 1946 a 1948
Um Deputado Comunista
E de todos os que incomodavam
Ele era o primeiro da lista
Que gritava abertamente
Expondo seu ponto de vista
Veja abaixo uma poesia
Escrita pelo Guerrilheiro
Que assina nesses versos
Os maus tratos ao Brasileiro
Que ficara conhecido
Aqui e no mundo inteiro:
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POESIA DE CARLOS MARIGHELLA:
“Basta, senhor Tenente De teu bucho jorre através das tripas
Um refluxo de Judas e sandeus
Há duas noites eu soluço um grito
Escuta-o, conclamando do infinito
À morte os crimes teus!’”.
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Com Elza Sento Sé
Teve breve relacionamento
Nasce Carlos Augusto Marighella
Tem esse nome o rebento
Creio que fora na vida
De Marighella melhor momento
O ano era 1948
Que esse fato acontecia
No mesmo ano em que ele
O seu mandato perdia
Em virtude de proscrição
Acho que alguém lhe perseguia.
Foi na era do Governo DUTRA
Por orientação do Governo americano
Cassou políticos filiados
A Partidos comunista naquele ano
O Brasil então de fato
Nunca chegou ser soberano
O Comitê central do partido
Comunista o convidou
Ele partindo pra China
Neste país se acomodou
De 53 a 54
Por esse período lágrimas ficou
Em março de 1964
A redigir um discurso ajudou
Para José Anselmo dos Santos
Ou Cabo Anselmo como se chamou
Durante a revolta dos marinheiros
Isso se consolidou
Em maio de 1964
Após o Golpe militar,
Foi baleado e preso por agentes
Do chamado DOPS, num lugar
Que era dentro de um cinema
Onde vieram lhe buscar.
Em 1965
Ele veio ser libertado
Por decisão Judicial
Estava então liberado
Partiu para Luta armada
Conforme está registrado
Escreve A CRISE BRASILEIRA
Então ele renunciou (1966)
A comissão executiva do partido
Que ele sempre apoiou
Mas essa decisão
Foi ele mesmo quem tomou.
Em agosto de 1967
Participou da I Conferência
Da Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS),
Para adquirir mais experiência
Foi realizada em Cuba
Disso a história tem ciência.
Em 1967 foi expulso do partido
E em Fevereiro de 68 fundou
A Ação Libertadora Nacional
Pois nisso ele acreditou
O sonho de Carlos Marighella
Pelo tempo se perpetuou
O Sequestro de Charles Elbrick
Foi falado no mundo inteiro
A ALN E MR 8
Foi um ato verdadeiro
Instalando o terrorismo
Nesse solo brasileiro
O que era o DI-GB
Atuante no Rio de Janeiro?
Era Dissidência Guanabara.
Com um “Batismo” verdadeiro
Passa a ser MR-8
Em homenagem ao Guerrilheiro
Foi em 4 de setembro de 1969
Que este sequestro acontecia
Mas em 5 de dezembro porém
A historia então contaria
O assassinato de Marighella
Que nesta data então ocorria.
Carlos Eugênio Paz
Foi o ultimo lider da ação
Que resistiu até o final
Com toda dedicação
Fica aí o exemplo da luta
De quem muito sofreu pela nação
Nomina-los seria impossivel
Mas não podemos apagar da historia
A dedicação de cada um deles
Em ter seguido a sua trajetoria
Eu registro em meus versos de cordel
Citando aqui um pouco da nossa memória
O Homem deve ser livre
É preciso não ter medo,
É preciso ter a coragem de dizer
Carlos Marighella
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Palavras do escritor Carlos Silva:
Quem se cala consente o arrocho
Quem não reclama não tem sobre nome
Quem fica calado aqui morre mudo
Sem ter um emprego é escravo da fome
A covardia eu sei é um dom mais cruel
Que a toda pessoa no mundo consome
Grite reclame não fique calado
Se tiver de morrer que morra lutando
Do que se calar sendo oprimido
Por um triste regime que vem maltratando
O sonho do povo e a vida da gente
Que neste país segue acreditando
Não quero dizer nesse curto relato
Que aprovo violência, e nem terrorismo
Mas dói em meu corpo saber que a vida
Do povo brasileiro caminha pro abismo
Me ajudem então mudar meu conceito
E façam crescer o meu otimismo
Carlos Silva
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Todo espectador é um covarde,
Ou um traidor
Frantz Fanon
Dedicado especialmente a Nininho Tomás e Wagner Moura.