Modalidade do meu cordel

Eu fiz uma reza prum santo

Ele me deixou de canto

E de mim não quis saber

Não chorei e nem fiz pranto

Mas não sei dizer o quanto

Lutei para sobreviver

xx

Nessa tão linda estrada

Construí minha jornada

Procurando a direção

Entre o tudo e o quase nada

Cumpri essa empreitada

Com toda determinação.

xx

E nessa modalidade

Eu busco a realidade

No meu modo de rimar

Minha mente na verdade

Tem muita facilidade

Para em versos eu narrar

xx

Primeira segunda quarta e quinta

A rima tão bem sucinta

Terceira e sexta pra fechar

Numa sextilha distinta

A modalidade pinta

Um exercício pra rimar

xx

O cordel dá liberdade

Em qualquer modalidade

Pra voce poder criar

Então com tranquilidade

Sapiência e humildade

Comece agora praticar.

xx

Métrica rima e oração

Faça com muita atenção

Sua história em cordel

Pense e entre em ação

Deixe que seu coração

Use a mente e um papel

xx

Isso é muita poesia

Expondo a fantasia

Da cultura popular

O fazer com alegria

exerce a sabedoria

Dando asa pra voar

xx

Se você interessar

Comece a praticar

Use a imaginação

A cultura popular

É o maior expressar

Da leitura em canção

xx

O meu verso é ligeiro

Viajo o mundo inteiro

Distribuindo poesia

Sou poeta brasileiro

Um caboco estradeiro

E cheio de simpatia

xx

Carlos Silva é meu nome

Não tem ninguém que me dome

No meu versar de artista

Cara feia pra mim é fome

E se tiver juízo tome

Cuidado com esse cordelista.

xx

Uma coisa digo agora

Faça tudo sem demora

Pois a vida é passageira

Já chegou a minha hora

Me despeço e vou embora

Aqui finda a brincadeira

xx

Antes deixo um recado

Respeitem o meu legado

E toda a minha poesia

O que fiz foi por amor

Num versar de trovador

Fiz o que tu não faria.

xx

O cordel é maioral

Secular e universal

E nunca vai se acabar

De maneira triunfal

É poesia sem igual

Que irá perpetuar

xx

E sirva de experiência

Essa rima tem essência

Pra entrar na faculdade

Ela é arte e tem ciência

Riqueza e resistência

Cultura de identidade

xx

Ela veio de navio

Chegando nesse Brasil

Por aqui se adaptou

Quem a teve logo vil

Acreditou e insistiu

E em folhetos publicou

xx

A figura do folheteiro

Plantou no sertão inteiro

A literatura de cordel

Agiu como mensageiro

Por isso digo certeiro

Tem folhetos lá no céu.

xx

Agora que voce já sabe

Eu espero que desabe

Chuva de inspiração

Que essa fonte não acabe

Pois em cada mente cabe

Um oceano de criação.

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 24/09/2021
Reeditado em 25/09/2021
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