POEMA MINHA DEUSA / Poema do Poeta João Batista Filho
Vejo em ti mulher fascinante
O símbolo da ingratidão
Mas tenho fé em te ver
Na mesa da confissão
Confessando teus pecados
Jesus te dando perdão
Tocou em meu coração
O que tu tinhas na mente
Teu pingo de amor chorado
São gotas de água quente
Que rolam banhando o rosto
Queimando a face da gente
O meu espírito vidente
Sentiu no peito uma dor
Olhando teus olhos verdes
Ficou sentindo o calor
Do teu corpo desenhado
Na atmosfera do amor
Queira zelar por favor
Este jardim de beleza
Procure na ecologia
Nos campos da natureza
Quem saiba colher as flores
Do jardim de minha deusa
Minha alma vive presa
Pensando em ti noite e dia
Lembrando que fui feliz
Hoje não tenho alegria
Só sinto o sopro da brisa
Quando vem rompendo o dia. Fim.
Este poema é de autoria do Poeta João Batista Filho, Ex-presidente do Sindicato dos Cantadores e Poetas Populares do Piauí. Nunca foi publicado e o faço em homenagem a este grande poeta e amigo, com respeito e admiração. Era um desejo do pioneiro repentista valenciano.
DE JOÃO BATISTA
Sou um filho da selva
Criado com mel silvestre
Respiro o aroma campal
Daquele bosque campestre
Contemplando a paisagem
Do grande globo terrestre
Eu me criei pelos bosques
Rebanhando os animais
De guarda-peito e gibão
Dentro dos carnaubais
Ouvindo o touro mugindo
Pelos vastos capinais
Meus versos são os reflexos
Vindo de outras gerações
Ou os raios luminosos
Espalhados nos sertões
São fragmentos de estrelas
De outras constelações
A inspiração de meus versos
Vem das ninfas nebulosas
Que surgem dos oceanos
Em noites caliginosas
Soprando a brisa fagueira
Pelas manhãs radiosas
João Batista Filho nasceu no ano de 1914 e faleceu em 1994, foi cantador repentista e escreveu dois trabalhos, Quadrão de Vaquejada, e o Homem da Galileia, em parceria com o cordelista José Bezerra.