A INFLAÇÃO!!!
Setembro hoje teve início
Mas eu não estou contente!
Porque nosso sacrifício
Tornou-se mais iminente
Pra perturbar nossa paz
Subiu a luz e o gás
Como posso viver bem
Se a fome já me ameaça?
Pois meu salário não passa
Da conta dos mil e cem.
A inflação desembestada
Mostra que em breve futuro
O pobre que não tem nada
Vai ter que viver no escuro.
Se vai ao supermercado
Volta de lá desolado
Nada compra, vai a feira
Tentar comprar mais barato
Não compra, pois lá de fato
Subiu da mesma maneira.
Vai sofrer aumento o pão
O açúcar e a farinha,
Assim como o macarrão
Carne de boi, de galinha,
Carne de sol, peixe, ovo,
Como é que o nosso povo
Que ganha um micro salário
Pode estar bem satisfeito
Vivendo assim desse jeito
Num clima inflacionário?
Já não compra mais bolacha
O café também está caro
Na mesa já não se encaixa
Leite, que se tornou raro
Para o assalariado,
Homem bastante esforçado
Que luta, pena se arrasa
E até sacrifica a vida
Pra que não falte a comida
Dos filhos, na sua casa.
Também queijo, doce e bolo,
A muito estão afastados
Do cardápio, e o desconsolo,
Deixa os olhos marejados
Como quem vivi em degredo.
Se o filho pede um brinquedo
Ele nega, e a razão,
De renegar o pedido
Que o deixa enternecido
É a maldita inflação.
Ao receber fica as tontas
Com a desvalida mesada
Porque quando paga as contas
Já não lhe sobra mais nada
De roupas já está aquém
E os sapatos também
Estão prestes a se acabar
Diante desse percalço
Vai ter que andar descalço
Porque não pode comprar.
Sequer pode viajar
Pra visitar um parente,
Se for vai ter que amargar
Com esse gasto excedente
Sendo pouco o seu provento
Não cabe no orçamento
Essa supérflua viagem
E o mesmo não pode arcar
Com o tanto que vai gastar
No guichê pela passagem.
Portanto o que ganha pouco
Deve ter limitação
Para evitar o sufoco
Terrível da inflação
Que corre desenfreada
E nessa desembalada
Carreira, sem pretensão
De um dia pisar no freio
Só causa medo e receio
Ao nosso humilde “povão”.
Carlos Aires
01/09/2021