QUANDO SE É, O QUE SE AMA.
Soltei meu brado na estrada/ e corri em disparada/ pra falar do meu sertão/
Dessa terra grandiosa/ seca quente e charmosa/ que encanta o coração.
Deixo em meu verso traçado/ um pouco desse legado/ que a terra me fez criar/
Preste atenção na poesia/ que enfeita o dia a dia/ de um poeta a se inspirar.
Então faça essa viagem/ junto da camaradagem/ que é este povo acolhedor/
Que luta e é discriminado/ e por muitos Hostilizado/ não respeitam o seu valor.
Sou um ser sertanejado/ um caboco despachado/ cumpridor da lida e sina.
Sou aquele que nasceu/ cresceu aprendeu e viveu/ nessa terra nordestina.
Eu sei o que é prumodi/ ternantonte e isturdia/ é de véra e Cuma é/
Trago meu palavreado/ limpo e nordestinizado/ sou rico na minha fé.
Não vejo acerto no erro/ não apoio o que é errado/ minha vida é sempre assim/
E o cabra véio mentiroso/ agorento e malestroso/ tanjo pra longe de mim.
Sou um taco de capoeira/ cantador de mei de feira/ deste meu vasto sertão/
Faço rima trova e verso/ sou um pedaço do universo/ filho do Rei da criação.
Padim Ciço Romão Batista/ gostava de cordelista/ de cangaceiro e cantador/
Frei Damião foi grande mito/ e o povo diz: eu acredito/ nesses santos sim senhor.
Eu com nada não me iludo/ e já desconfio de tudo/ quando a conversa é comprida/
Sou eu o fruto da terra/ sou a paz que vence a guerra/ na labuta desta vida.
Minha fé no Deus Divino/ é desde os tempos de menino/ nesse solo belo e quente/
Todo nordestino é irmão/ se tu respeitas o sertão/ tu és também IRMÃO DA GRENTE
Carlos Silva é Paulistano/ criado em solo baiano/ nessa terra que me inspira/
De Otacilio eu sou filho/ feito trem o apito e o trilho, sou da estação Itamira.