DISCÍPULO DE SEU GONZAGA

Por mais que o mundo evolua

Eu serei sempre CAFONA

Forró pra mim tem que ter

Zabumba, Triangulo e sanfona

Quando botam bateria

Contra baixo e guitarra

Ai deixa de ser forró

E passa ser algazarra

Botam cinto de fivela

Umas CARÇAS Apertada

Gritam: TIRA O PÉ DO DO CHÃO

A bagunça tá formada

Assim segue a balburdia

e O FORRÓ se acabando

Estão matando a tradição

E a cultura assassinando

Uns cabras desafinados

Sem rumo nem direção

Pegando carona no prestigio

Do nome de Gonzagão

E sai por ai gritando

Berrando no país inteiro

E um lote de desenformado

Lhes chamam de forrozeiro

Tem deles que usam chapéu

Dão uma de cangaceiro

Se vestem até de gibão

E gritam sou forrozeiro

No seu forró tem teclado

Bateria saxofone

Pode ser o diabo que for

Mas forró? isso nem no nome.

Depois que Gonzaga morreu

Meu amigo, IMPISTIOU

Todo mundo é forrozeiro

O Brasil se GONZAGUEOU

Aprenderam tocar sanfona

E muitos de uma mão só

Pois o BAIXO não funciona

Parece que são cotó

O fole véio roncando

O cabra se diz tocador

E o povo todo dançando

Em qualquer nota que for.

Já estou me despedindo

Do mundo da cantoria

Por não aceitar o que fazem

Com a nossa bela poesia

A musica de qualidade

Virou papo comercial

Já tem FORROZEIRO em trio

Cantando no carnaval.

Quem faz forró de verdade

Nas grotas deste sertão

É pela mídia ignorado

Mas respeita a tradição

OS FORROZEIROS modernos

Não cantam mais o seu chão

Pois está fora de moda

Respeitar a tradição

Quadrilha, xote, xaxado

Pau de sebo, buscapé

Isso é coisa do passado

Acredite e bote fé.

Pedro, Antônio e João

Há tempos tão ignorados

Fazer canções para eles?

É coisa de ultrapassados

O dinheiro mata o Homem

Mata a sua tradição

Mata o seu próprio respeito

Mata de vez o seu sertão.

Se acaso eu estiver errado

Desculpe a sinceridade

Mas o que estão fazendo

Não é forró de verdade

Virou febre repentina

Sanfona até virou praga

Todo mundo diz que é

Discípulo de SEU GONZAGA.

Respeitem assim por bondade

Nossa bela tradição

Pois a nossa concertina

Tem cheiro deste sertão

E cada ronco que ela dá

Transcende lá ali e acolá

Em respeito a GONZAGÃO

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"Vai boiadeiro que a noite já vem

Guarda o teu gado

e vai pra junto do teu bem"

Composição de: Klécius Caldas / Armando Cavalcante, cantada por Luiz Gonzaga, o eterno rei do baião.

Abraços,

Carlos Silva

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 16/08/2021
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