"Pra falar de Virgulino"
-----------------------------------------------
Hoje eu "malavantei"
Pra cumprir o meu destino
Arreparei o sol queimando
Estalando em desatino
Sapecando toda a terra
Tornando cascalho fino
Botei logo meu chapéu
Improvisei um cordel
Pro Capitão Virgulino
Arrepare no retrato
Nessa chapa bem batida
Que me deixa abunitado
Essência bela da lida
Com jeito de cangaceiro
Que nesse solo brasileiro
Deixa marca bem cumprida
E quem num é de salembrar
Das labutas do Sertão
De macaco e de coiteiro
Dos Cabras de lampião
Os terríveis cangaceiros
Dizaprumados bandoleiros
Que fizeram tremer o chão
Essa tal VIRGULINANÇA
Durará nesse meu chão
Ele será sempre lembrado
Enquanto houver Sertão
Ou quem guarde na memória.
Um pouco da nossa história
Que contam de Lampião
La na feira tem de tudo
Cabaça e favo de mel
Tem rede de caruá
Pulseira e ate anel
Tem até declamador
Poeta e um bom cantador
Lendo folheto de cordel
Um é dois e três é cinco
Assim diz o menestrel
Tira verso de improviso
Chega sacudir o ceu
E assim segue narrando
E o povo alegre comprando
Um bom livreto de cordel
Tem história de Malazarte
Do Padim Cico Rumao
Tem do Capitão Silvino
Getúlio e Frei Damiao
Mas o que mais vende na feira
É a saga cangaceira
Do temido lampião
Corisco Dadá jararaca
A lindeza de Maria
Como cada um viveu
Na luta do dia a dia
A traição e o coiteiro
O embate derradeiro
Entre luta e poesia.
Carlos Silva
75 99883 0637