CENAS DE UM ARREBOL NA ROÇA!!!
É na sábia natureza
Que busco a inspiração
Para escrever meu poema
Vou procurar solução
Seja na lua de prata
Ou mesmo na verde mata
Também num belo arrebol
Que embevece e encanta
Nessa hora sacrossanta
Que dá-se o nascer do sol.
Admiro esse momento
Em que o dia vem nascendo
E os quentes raios solares
Vai a campina aquecendo
E enxugando o orvalho,
E o passarinho deixa o galho
Que dormiu e sai voando
Gozando da liberdade
Com muita felicidade
Sai dali cantarolando.
A serra já se descobre
Do seu lençol de neblina
E o vento dá seu açoite
Lá no topo da colina
E aquele clima bem frio
Que invadia o baixio
Já começa se aquecer
Dando vez ao calorão
Que invade o nosso sertão
Depois de um amanhecer.
O campônio se levanta
E sai da sua palhoça
Bem satisfeito da vida
Vai cuidar da sua roça
E também já se escuta
O vaqueiro em sua luta
Pra desleitar a vacada,
O galo canta contente
Vigiando atentamente
Toda sua galinhada.
O gado sai para o pasto
Caminhando lentamente
E uma vaca que lidera
A boiada vai na frente
As outras vão lhe seguindo
Todas as regras cumprindo
Ao longo dessa viagem
Sem sequer se incomodar
Pois sabem que vão parar
Sempre na melhor pastagem.
O nambu e a perdiz
Vão em busca de comida
E a juriti sedenta
Vai procurar a bebida
A raposa vai pra toca
O mocó em sua loca
Procura se agasalhar
O preá tá escondido
E o morcego recolhido
Espera a noite chegar.
O cururu que zanzava
Pulando pelo terreiro
Já foi para seu abrigo
Lá na beira do barreiro
O dia já segue em frente
E o sol que já está quente
Caminha pra o meio-dia
Nesse clima alvissareiro
Vai caminhando ronceiro
E esbanjando alegria.
É assim que dá-se o início
De um amanhecer roceiro
E a camponesa a tempo
Apagou o candeeiro
Quando a noite teve fim,
E a cada dia é assim
O fluir da vida nossa
Que é vivida a dura pena,
E assim descrevi a cena
De um arrebol na roça.
Carlos Aires
19/05/2021