SONHOS ESCREVO ENQUANTO MEÇO

SONHOS ESCREVO
ENQUANTO MEÇO

Já não há sorrisos,
Pois só resta a dor,
E não há avisos,
No meu quarador,
Pois o vento tira,
Mesmo o que suspira,
Sem novo temor.

Versos imprecisos,
Vejo no Equador,
Longe, mas tão vivo,
O vento é Labrador,
Ao contrastar o frio,
Mesmo no arrepio,
Que vem do calor.

Somente me ensina,
Que cada jornada,
Mesmo na ravina,
Pode ser amada,
Pois daquele pio,
Feito um corrupio,
Vejo a passarada.

Sonhos me perturbam,
Quando estou exausto,
Mesmo quando acordam,
Desse tosco infarto,
Que leva os amigos,
Ou meus inimigos,
Mortos pelo quarto.

E é de repente,
Que vejo o instante,
Onde guardo a mente,
E o livro na estante,
Pois tudo vem logo,
E como um até logo,
Vive a minha arte.

Por isso escrevo,
Para não esperar,
Sobre o que vejo,
Mesmo o que não há,
Pois meus pesadelos,
Esvoaçam os cabelos,
No meu suspirar.

Então sempre espero,
Junto com meu verso,
Tudo o que nem quero,
Vindo do Universo,
E o fruto é mistério,
Do meu ministério,
Em tudo o que meço.