CORDEL DO MEU NILO

CORDEL DO MEU NILO

Até quando a tarde vagueie,
Eu escondo meu rosto do sol,
Ou enquanto meu olho goteje,
Numa noite eterna e tão só.
E por isso prefiro a manhã,
Da aurora que não é tardã,
No encanto de um carijó.

E o manto de estrelas,
Me guardam na noite,
Como as cidadelas,
Suportam o açoite,
Pois têm a verdade,
Que trai a maldade,
Por onde há pernoite.

E nesses contextos,
Revejo os coiotes,
E escrevo meus textos,
E enfrento os boicotes,
Até nos meus sonhos,
Conflito os estranhos,
Que teimam dar botes.

Por isso meus mundos,
Transitam no etéreo,
No escuro dos fundos,
Que ditam o mistério,
E guardam meus bruxos,
Ou mesmo seus luxos,
Se é riso o meu sério.

E meus gafanhotos,
E todos batráquios,
Perduram tão rotos,
No Nilo de aquários,
Que secam insones,
Na fama de um nome,
Transcrito no armário.

E assim, primogênito!
Qual será seu destino?
Viverá unigênito,
Ou terá seu menino?
Com as portas marcadas,
Pelas facadas fincadas,
Em um só desatino.

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