SONRISAL.

Lá na Rua Floriano, em direção da Rondon, ele é forte como um touro, os Peixoto já diziam, esse cara é cabeceira, chamado garganta de ouro tocador de violão
Nos bailes de Assunção capital do Paraguai chorando de emoção, abre a garganta e canta Galopera e Galopera.

Ele é um cara indigesto, quando não se leva mal, não come nada dormido, quem na bola pisar com ele leva logo a correção vai parar no hospital, cemitério e o destino ou  setor de internação, mete o braço da pancada, quebra tudo e baixa o pau em momento de azia engole brasa cospe fogo, quando está passando mal.

 copo ferve em água fria é valente e cabra macho sem igual, ninguém vence a parada o seu nome é Sonrisal.

A cidade de Castilho a ele ficou pequena, conhecido e afamado, por nome de José Paes, defensor da gente humilde, ele só defende a paz, não pode ver injustiça, ele sai no safanão, sai no chute e na porrada, rasteira e pescoção ninguém vence o Sonrisal  este cabra é valente, basta ser boa gente que  ele defende do mal.

Nesta vida passageira, foi campeiro, tomou conta de fazenda, viveu na lida de gado, amansador de burro bravo seus amigos mais chegados era os grandes fazendeiros.
 

Um cabra muito honesto, todo os tem como irmão, confiantes e verdadeiros, em muitas ocasiões de dezembro ou janeiro, Sonrisal tinha na mão ou no bolso bem guardando, pacotes e mais pacotes em grandes somas de dinheiro.

Para o nosso criador que está lá no universo nos espaços siderais, ninguém é melhor que o outro, nós todos somos iguais;
os doutores ou engenheiros, os garis e analfabetos, dos cidadãos aos caipiras, dos pedreiros ao arquiteto.                                                                                                                               Como dizia Sonrisal Tudo isso fica escrito, dito pelo não dito, tanto o pobre como o rico, homens brancos ou amarelos, a matéria se desmancha, os vermes devoram tudo, a carniça se expande, um cheiro de passar mal, o gordo que fica magro, o magro que fica gordo, em morte tudo normal.

Nos teatros dessa era, nos romances e nas quimeras, nos outonos ou primavera, nas fronteiras, sem porteiras, entre atos e boatos, é história que revela notícias de fatos reais.
Terminando esta prosa; lenda viva do passado, mas vive no tempo atual.                                                                                 pois falar de Sonrisal é como chover no molhado, todo elogio é pouco etc. Coisa e tal,  seu nome verdadeiro, só existe em documento, Edvaldo José Paes,  o sujeito é gente boa, de Andradina a Três lagoas, e nos caminhos percorridos nos tempos que lá se vais, nos longos dias vividos, também deixou suas marcas, vários rastos de saudades, nestes sertões de Goiás.

Sonrisal ainda existe, transita por essas ruas, morando e residindo, nos bares da vida bebendo, pagando sempre em dinheiro, e nunca a ninguém devendo, se alguém dizer um não, Sonrisal mostra nas mãos feridas os calos, sinais verdadeiros do trabalho, marcando a vida inteira.
a/h/p* - 28/8/2013
Homenagem à uma pessoa conhecida.

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 17/02/2021
Reeditado em 20/06/2024
Código do texto: T7186355
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