EU QUERO MORRÊ TE AMANDO...

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO...

Literatura de Cordel

Autor: Bob Motta

N A T A L – R N

2 0 0 7

Nasci sozíin nêsse mundo,

mais um dia te incontrei.

Intonce, me apaixonei,

numa fração de sigundo.

O teu bem querê profundo,

de mim já foi se apossando.

Tu fôsse me cativando,

num me acanho de dizê,

p’ro mundo intêro sabê:

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

No brio do teu cabêlo,

no fogo do teu oiá,

num bêjo qui tu me dá,

nosso amô é dirmantêlo.

E tu, nuazinha, in pêlo,

tá sempre me dominando.

Quando nóis tá chamegando,

digo a tu, na hora agá,

quage sem pudê falá;

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

Tu sai do bãe bem fresquinha,

munto prá lá de chêrosa,

fazendo inveja ais rosa,

sem sutian nem calcinha.

Paricendo uma rainha,

cum a tuáia te inrolando,

de tu vô me aproximando,

vô te bêjando inxirido,

dizendo no teu uvido:

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

Nais minha apresentação,

nuis meus poema de amô,

o teu chêro e o teu calô,

eu sinto, chêi de emoção.

No pensamento, o tezão,

de mim, conta, vai tumando.

Se alí, tu fosse chegando,

eu curria, te agarrava,

no microfone gritava:

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

No verso metrificado,

vejo sem ilusionirmo,

qui teu côipo é erotirmo,

p’ru milímetro quadrado.

E eu num tando do teu lado,

fico logo maginando.

Você de rôpa trocando,

sem pudô nem precunceito,

já fico “daquêle jeito”;

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

Já fiz inté um dispacho,

mode te levá p’ru mato,

e te dá um bãe de gato,

lá na bêra do riacho.

Vô bêja de riba abaixo,

teu côipo, e tu suspirando,

de prazê, churumingando,

já quage atingindo a meta,

vai uví do teu poeta:

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

Sonhei numa casa de praia,

me alevantando da rêde,

te imprensando na parede,

e alevantando tua saia.

Fazendo amô na catráia,

uvindo a onda quebrando,

a brisa acariciando,

teu cabêlo in disalíin,

e eu te dizendo baxíin:

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

Vô fazê uma viagem,

puro teu côipo dispido,

cuntemprando imbevecido,

cuma se fosse uma mirage.

Te juro sem pabulage,

vá logo se perparando.

Quando eu tivé te bêjando,

tu pode inté delirá,

e de tezão, dirmaiá;

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

Ais vêiz eu sonho acordado,

p’ru nada, eu chamo o teu nome,

essa paixão me cunsome,

mode o teu bêjo muiádo.

Num sarro dispudorado,

no sonho eu vô te apaipando.

Vejo tu acelerando,

a tua rispiração,

e digo, chêi de tezão:

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

Tua bruza isvuaçante,

acende logo o meu facho.

Vô metendo a mão p’ru baixo,

num caríin intinerante.

Naquele priciso instante,

suais costa, eu vô tatiando.

Aí...disabutuando,

cum jeitíin, teu sutian,

amasso ais duais maçã;

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

Sintindo de tua fulô,

teu chêro de muié fême,

o teu poeta se treme,

de emoção, de tanto amô.

Suando, mode o calô,

qui nóis dois tá fabricando,

nem um pôco eu tô ligando,

p’rá língua dais fofoquêra,

te juro, sem brincadêra:

EU QUERO MORRÊ TE AMANDO!

Autor: Roberto Coutinho da Motta

Pseudônimo Literário: Bob Motta

Da Acad. de Trovas do RN

Da União Brás. de Trovadores-UBT-RN

Do Inst. Hist. e Geog. do RN

Da Comissão Norte-Riograndense de Folclore

Da União dos Cordelistas do RN-UNICODERN

Da Ass. Est. de Poetas Populares-AEPP-RN

Do Inst. Hist. e Geog. do Cariry-PB

E-mail: bobmottapoeta@yahoo.com.br

Site: www.bobmottapoeta.com.br

Bob Motta
Enviado por Bob Motta em 29/10/2007
Código do texto: T714707
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