Somos Jovens... Temos Vozes
Os tempos de pandemia
Que nos trouxe saudade
É o mesmo tempo
Que nos trouxe humildade
Humildade para entender
Que ainda dá pra vencer
Entre tanta dificuldade.
Os jovens do campo
Que juntos lutavam
E em tempos de pandemia
Se distanciaram
Nunca perderam a essência
E foi com resistência
Que nossas vozes não se calaram.
Somos jovens do campo
Ribeirinhos e quilombolas
Somos jovens que lutam
Por uma melhora
Somos jovens
Temos vozes
Que marcam a história
Nos tempos da pandemia
Onde tudo parou
Escolas, faculdades
E lojas se fechou
Mas o alimento
Continuou tendo
Porque o homem do campo
A plantar continuou.
Os tempos da pandemia
Veio pra nos ensinar
Que além do distanciamento
Também veio aproximar...
Aproximar a família
Que os jovens em sua rotina
Não tinham tempo pra conversar.
Os tempos da pandemia
Nos ensinou tanta coisa
Ensinou que a vida
Também é feita de escolhas
Ou o medo te domina
Ou você se reanima
E segue em frente... E voa.
E os jovens do campo
Escolheram voar
Entre lutas e resistências
Em uma só voz gritar:
Que o povo do campo
Sempre lutará
Para ter voz, vez e lugar
E o nosso direito a conquistar!
E nesses versos de cordel
Que sai daqui do coração
Quero dizer que o tempo de pandemia
Não foi só de aflição
Mas foi de muita coragem
Para seguir mais e mais
Nessa grande missão.
(OBS: A presente poesia foi recitada pela Poeta Camponesa, dia 09 de setembro de 2020 no I Ciclo Interdisciplinar "Diálogos de Saberes na Amazônia: povos do campo, das águas e das florestas", com o tema do Dialogo 04 "Vozes de Juventude (s) do campo, ribeirinha e quilombola: poesia, lutas e resistência em tempos de pandemia" na Faculdade de Formação e Desenvolvimento do Campo (FADECAM) na Universidade Federal do Pará (UFPA) campus de Abaetetuba. Cujo tema apresentado pela docente da Educação do Campo, e discentes do campo e ilhas e representações de quilombo).