O poente
O poente sobre o meu existir
Transpondo raios por todo o meu ser
Meu cerne a se enternecer
Devaneia o meu pensar no porvir
Vislumbro teu olhar no céu fulgir
Raios que lembram a nossa paixão
Quando você me deixava sem chão
Saudade dos momentos de carinho
No terno aconchego do nosso ninho
Onde o prazer teve sua explosão
Desolada sobre o cás da saudade
Todo o meu ser projetado no céu
Sobre o por do sol nesse rubro véu
Minha alma perdida na eternidade
Olhar distante sem alacridade
Mente buscando o amor de outrora
Mas que ainda hoje em mim aflora
Raios poentes desse sol dourado
Digam-me onde está o meu amado
Eu o aguardo como a luz da aurora
Não existo enquanto peregrino
Pois saio de mim e me largo sozinha
Alheia ao que de mim se avizinha
O tempo é audaz ligeiro e felino
Quem sabe tratou com o meu destino
E levou meu amor
Para longe de mim
Deixando uma saudade sem fim
Daquele poeta, homem garboso
Meu príncipe encantado e primoso
Lirio do campo flor de alecrim
Te vejo no horizonte desenhado
E vejo teus lábios em volta do sol
O teu sorriso adorna o arrebol
Nasce em tua boca a flor do serrado
Oasis de ti no etéreo
Sagrado
Afago o horizonte com meu olhar
Como sendo o teu rosto no universo
Inspirando-me a escrever mais um verso
Nesse rubro painel crepuscular
Kainha Brito
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