EM TEMPOS DE INVERNIA!!!
Logo que finda o verão
A chuvarada inicia
Para alegrar o meu sertão
Chega o tempo de invernia
O campesino animado
Atrela os bois ao arado
E começa a cortar a terra
Quando termina o estio,
Pra dar início ao plantio
É assim no meu pé-de-serra.
Quando termina a aração
Na terra, o gérmen joga,
Esperando a eclosão
Na ânsia quase se afoga,
Afinal quando acontece
Fica ali sem ter estresse
Vigiando atentamente
Pra tanger o passarinho
Que tem o hábito daninho
De arrancar a semente.
Brota a lavoura viçosa
Já que a chuva é abundante,
Ele, alegre, todo prosa,
Não sai dali um instante,
Espia, capina, ajeita,
E naquela longa espreita
Não se enfada e nem tem sono
Bem firme ali permanece!
Acha que a planta só cresce
Diante o olhar do dono.
Da caatinga ressequida
Começa a findar o drama,
Na catingueira despida
Brota uma ponta de rama,
É a vida que recomeça
Pois a hora certa é essa
Pra grande renovação
O verde colore o prado
Fica tudo renovado
Por toda essa região.
O céu fica pardacento
Completamente nublado,
Do nascente chega um vento
Brando, fraco, mas gelado,
Na campina verdejante
Onde o pasto é abundante
Pasta os animais tranquilos
Passarinhos inquietos
Pousam procurando insetos,
Cupins, lagartas ou grilos.
A plantação já cresceu!
O milho está pendoando,
Feijão amadureceu,
O jerimum enramando,
O melão, a melancia,
A floração inicia,
A fava está enramada,
O gado gordo e bonito
Também a cabra e o cabrito
A ovelha e a bezerrada.
Aonde a fome reinava
Agora reina a fartura!
E o camponês que ficava
Lamentando a desventura
Agora a Deus agradece,
Ajoelha e numa prece
Dar graças ao Criador!
Por está em abastança
E também pela bonança
De não ser mais sofredor.
Quando o ano é bom de inverno
Nessas plagas tudo muda,
Porque vem do Pai Eterno
Essa Divinal ajuda!
E assim findo o meu poema
E desenvolvi o tema
Com esmero e alegria!
Demonstrando no relato
Como é meu sertão de fato
Em tempos de invernia.
Carlos Aires
07/08/2020