SE O SEU POEMA DEGRADA / O DIREITO DO PEQUENO
Se o seu poema degrada
O direito do pequeno
Não é poema, é veneno
E nada nele me agrada
Sua gente alienada
Quer o povo na gaiola
Sem casa, sem caçarola,
Sem letra e sem seara
Boto a máscara na cara
Mas não coloco a bitola
Sua higienização
É terrível, diferente
Até afirma ser crente
Olhando a dizimação
E ainda faz canção
Pontilhando a viola
Dá saltinho, diz graçola
Mas seu verso desampara
Boto a máscara na cara
Mas não coloco a bitola
O pequeno que maltrata
Um ser pequeno igual
É néscio, muito venal!
Guarde a sua serenata
No lixo! Digo, se a lata
Não lhe partir a cachola
Com nojo, seu rapazola!
Nada ao Amor se compara
Boto a máscara na cara
Mas não coloco a bitola