CORDEL DO QUÊ SER

CORDEL DO QUÊ SER

As doenças do mundo,
Virão sempre sem dó,
Pois o ódio é imundo,
E meu ouro é pó,
Se eu acho que compro,
O que quero e encontro,
Mesmo a morte tão só.

Essa crença eu carrego,
Se não lembro da estrada,
Insuflando meu ego,
Ao subir as escadas,
Que a riqueza me dá,
Mas também vem roubar,
Quando há fim na jornada.

E eu preciso acordar,
A mim e aos outros,
Se estamos a andar,
Como cegos ou rotos,
Pois a vida é amar,
É sorrir, é sonhar,
Sendo velho ou garoto.

E o tempo é urgência,
Se não somos as eras,
Pois a idade é tragédia,
Se há parafina nas velas,
Que acendem tão breves,
Em chamas vivas e leves,
Nos mostrando as janelas.

Janelas que abro ou fecho,
Se mereço viver na glória,
Se for bom nessa história,
Que terei pelas frestas,
Se o que fiz ou que faço,
Sendo aço ou nefasto,
Me faz ser pavio ou estrela.

°•πππ•°