CORDEL DO CUNHADO
CORDEL DO CUNHADO
Lá na roça dos algodões,
A caatinga era brejeira,
Se de dia os gaviões,
Brincam até com a lixeira,
Mas o passo é dobrado,
E o gado é vermífugado,
Mesmo quando é sexta-feira.
O cunhado vai na frente,
Pra que abram a porteira,
Lá não tem água quente,
E o banho é na beira,
Da cisterna já rachada,
Mesmo se for madrugada,
Se enxaguando sem parceira.
Ele já foi um viúvo,
Mas não aguentou tranqueira,
Foi atrás de algo novo,
Pra viver a vida inteira,
Desse viço ganhou filho,
E mesmo velho e maltrapilho,
Tá que nem besta na feira.
Lá criava muitos bichos,
Sem ter uma capineira,
Nem ouvia os fuxicos,
Com medo da quebradeira,
Só então foi irrigar,
Pra melancia ir plantar,
E depois dormir na esteira.
Desde o dia que buscou,
Ter plantio e fartura,
Que pensou: com quem eu vou?
Pra seguir nessa aventura,
Convidou esse seu cunhado,
Que hoje está barbado,
E foi plantar também verdura.
CORDEL DO CUNHADO
Lá na roça dos algodões,
A caatinga era brejeira,
Se de dia os gaviões,
Brincam até com a lixeira,
Mas o passo é dobrado,
E o gado é vermífugado,
Mesmo quando é sexta-feira.
O cunhado vai na frente,
Pra que abram a porteira,
Lá não tem água quente,
E o banho é na beira,
Da cisterna já rachada,
Mesmo se for madrugada,
Se enxaguando sem parceira.
Ele já foi um viúvo,
Mas não aguentou tranqueira,
Foi atrás de algo novo,
Pra viver a vida inteira,
Desse viço ganhou filho,
E mesmo velho e maltrapilho,
Tá que nem besta na feira.
Lá criava muitos bichos,
Sem ter uma capineira,
Nem ouvia os fuxicos,
Com medo da quebradeira,
Só então foi irrigar,
Pra melancia ir plantar,
E depois dormir na esteira.
Desde o dia que buscou,
Ter plantio e fartura,
Que pensou: com quem eu vou?
Pra seguir nessa aventura,
Convidou esse seu cunhado,
Que hoje está barbado,
E foi plantar também verdura.