DA JANELA

Olho tudo da janela

Sinto que o mundo me espia

Eu vejo o verde lá fora

Como numa abadia

A liberdade é expressa

Mas o meu passo regressa

Mesmo sem ter covardia

Porque numa pandemia

Não tem fraco nem rochedo

Uma 'coisinha de nada'

Pode logo botar medo

Até mesmo em Lampião

E pra morrer sem razão

É bem melhor o degredo

Espero que amanhã cedo

Acorde do pesadelo

Embora que o mundo em volta

Não tenha o mesmo modelo

Cada flor dando o seu fruto

E que este tempo bruto

Não voltemos mais a vê-lo