VOCÁBULOS DO ÓDIO
 
De onde vem tanta semente de ódio,
As igrejas, não mais, reportam o bem,
Vejo cristões, se afastando, muito além,
Carregando em sua mão a flor do ópio,
Não sei aonde irão chegar com esse ódio,
Consumindo essa papoula nas orações,
Os diferenciando de todas as gerações,
Consumando as palavras proferidas,
Causando nas carnes, tantas feridas,
Nestes vocábulos, como puros sermões.
 
O sangue correrá nos templos, na rua,
Sei, que breve será esse infeliz momento,
Essa cor encarnada colorindo o cinzento,
Enodoando, rejeitando a razão inda nua,
Sei que negas, mas sabes, a culpa é tua,
Por ter plantado tanto ódio nos corações,
Escondendo teu semblante nas orações,
Esquecendo que o criador tudo examina,
Não sabemos como tudo um dia termina,
Nestes vocábulos, como puros sermões.
 
Esses pastores de hoje em dia, pregadores,
Gastam palavras, criando uma fera cruel,
Apontam o dedo para ti, depois para o céu,
Se dizendo representante, outros louvores,
Te afasta a família, os amigos, os amores,
Atém tua alma, em um outro plano, visões,
Te prendem em quatro elos, pés, tuas mãos,
Arrancam tua fé, depois plantam uma crença,
Não sei como será tua morte, tua sentença,
Nestes vocábulos, como puros sermões.
 
Léo Pajeú Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Bargom Leonires em 26/12/2019
Código do texto: T6827646
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