Poeta Audaz

(cordel em quadras)

De repente me dei conta

Que além da conta eu estava

E carente me encontrava

Desconcentrado e silente

Desconsertado silencio

Que quase me consumia

Quis tirar-me a poesia

Quis silenciar-me a mente

Pra neutralizar-me em cena

E apenar minhas palavras

Prender minha verve em travas

Secar e travar minha pena

Vi num desprezo grosseiro

Meus velhos papéis pautados

Rascunhos amarelados

Meu velho e dubio tinteiro

Mas o poeta é guerreiro

Não se dá por deprimido

É audaz e aguerrido

Um artesão, um oleiro.

Pensei em por um final

Um ponto no fim e pronto

Mas que ideia genial

Pensou o que me afrontava

Porém ele se esqueceu

Que o poeta é um fingidor

Que o recuo é estratégia

Pra avançar com mais valor

Dizem que o fraco é medroso

É pavoroso e medonho

Mas confio no meu sonho

No meu ser e no meu taco

Tenho bem pouquinha fé

Mas Deus não me desampara

Não serei desguarnecido

Seu cajado me ampara.

Cajado a o que me Prepara

Não é prova nem castigo

A força que está comigo

É a palavra que me ampara

A palavra que sustenta

Que surge que é revelada

Inspira e surge de um tema

E a Poesia é comtemplada

Idalecio Coutinho

IDAL COUTINHO
Enviado por IDAL COUTINHO em 25/12/2019
Reeditado em 25/12/2019
Código do texto: T6826484
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