Poeta Audaz
(cordel em quadras)
De repente me dei conta
Que além da conta eu estava
E carente me encontrava
Desconcentrado e silente
Desconsertado silencio
Que quase me consumia
Quis tirar-me a poesia
Quis silenciar-me a mente
Pra neutralizar-me em cena
E apenar minhas palavras
Prender minha verve em travas
Secar e travar minha pena
Vi num desprezo grosseiro
Meus velhos papéis pautados
Rascunhos amarelados
Meu velho e dubio tinteiro
Mas o poeta é guerreiro
Não se dá por deprimido
É audaz e aguerrido
Um artesão, um oleiro.
Pensei em por um final
Um ponto no fim e pronto
Mas que ideia genial
Pensou o que me afrontava
Porém ele se esqueceu
Que o poeta é um fingidor
Que o recuo é estratégia
Pra avançar com mais valor
Dizem que o fraco é medroso
É pavoroso e medonho
Mas confio no meu sonho
No meu ser e no meu taco
Tenho bem pouquinha fé
Mas Deus não me desampara
Não serei desguarnecido
Seu cajado me ampara.
Cajado a o que me Prepara
Não é prova nem castigo
A força que está comigo
É a palavra que me ampara
A palavra que sustenta
Que surge que é revelada
Inspira e surge de um tema
E a Poesia é comtemplada
Idalecio Coutinho