Um céu desenhando arte
Um dia ao acordar
Levantei olhei pro céu
Vi nuvens brancas dançando
Passei a mão num papel
E assim fui escrevendo
Mais uns versos em cordel
As nuvens criavam formas
Brincando de fazer arte
Usando de travessuras
Feito Pedro
Malazarte
A cada hora um desenho
Se mexia em toda parte
Imaginei logo uma porta
Com um animal de lado
Como se fosse guardião
Daquele reino encantado
A figura parecia
Um lindo cavalo alado
Outra imagem se formou
O cavalo foi embora
Como se batendo asas
Evaporou sem demora
Mas surgia outra arte
Pareceu Nossa Senhora
Tinha um manto
Comprido
Uma cruz na sua
mão
Parecia ate sorrir
Foi essa minha visão
Aproveitei pra pedir
Dos meus erros seu perdão
Eu vi um urso sentado
Na cabeça de um gato
Que foi crescendo e mostrou
Pra mim um novo retrato
Era um leão nervoso
Mastigando um grande rato
Vi um avião da FAB
Descer um paraquedista
Vi uma flauta voando
Mas não vi nenhum flautista
Era só imaginação
No olhar de um cordelista
Um Dragão apareceu
Dançando bem elegante
Eu fiquei encabulado
Quando vi por um instante
Que o Dragão correu de medo
Pois chegou um elefante
Depois ficou tudo azul
Nuvens sumiram do céu
Não se via mais figuras
Fiquei triste pra dedéu
Pois ali acabaria
Minha história em cordel
Cadê as nuvens do céu
Será então que vai chover
Mas o dia estava claro
Brilhoso sem escurecer
Pra onde foram as nuvens?
O que estava pra acontecer?
Pouco a pouco fui sorrindo
O vento queria brincar
Ele soprou pra bem longe
Mudou as nuvens de lugar
Elas foram reaparecendo
Eu ouvi o vento cantar
Um portão logo surgiu
Pedro Malazarte apareceu
O cavalo alado ressurgiu
Nossa Senhora riu pra eu
O urso se balançando
E o gato se escondeu
O leão brincou com o rato
O avião logo subiu
O tal do paraquedista
Puxou a corda e sumiu
A flauta e o flautista
Ninguém sabe e ninguém viu
O cordelista que sou eu
Fez a história e a narração
Ele viu que o elefante
Fez correr o tal dragão
As nuvens no céu ainda brincam
Com a nossa imaginação.