A MARRETA DA MORTE É TÃO PESADA QUE A PEDREIRA DA VIDA NÃO AGUENTA.
Mote muito antigo DP
Vai levando o que tem e o que não tem
Pois pra morte estamos ao dispor,
Sem que olhe pra credo raça ou cor
Ela envia um a um para o além,
E aquele que vai nunca mais vem
Pra voltar a esse plano sequer tenta,
A porrada é tão forte que arrebenta
Ninguém pode escapar dessa pancada
A marreta da morte é tão pesada
Que a pedreira da vida não aguenta.
Com o efeito daquela marretada
Pode ser um monarca ou um pedinte
Mesmo tendo cem anos, dez ou vinte,
Não importa a idade pra malvada,
Logo mete a macabra bordoada
Pois a bruta é covarde e violenta
Não deplora, lastima nem lamenta,
Nem cogita ao meter a tal porretada,
A marreta da morte é tão pesada
Que a pedreira da vida não aguenta.
Com o peso voraz do seu tacape
Ou o disparo inclemente do seu tiro
O vivente dará o seu suspiro
Derradeiro, não há um só que escape,
Pois o rombo que faz não tem quem tape
O estrago é maior que o da tormenta
No momento em que ela se apresenta
Ninguém pode escapar da malfadada,
A marreta da morte é tão pesada
Que a pedreira da vida não aguenta.
Quando escolhe o vivente a atacar
Não lhe manda bilhete e nem recado,
Não repara se é um bem afortunado
Ou um coitado que vive a mendigar,
Não importa a hora ou o lugar,
Nem a idade que a criatura ostenta,
Ela mete sem dó a ferramenta
E ali deixa a pessoa eliminada.
A marreta da morte é tão pesada
Que a pedreira da vida não aguenta.
Carlos Aires
03/06/2019