As seis sextilhas do porvir
Quando todas as cores do prisma
rodam só por tão puríssima cisma
e ficam ausentes, no vazio branco
grita um tema, que eu me prometo
seja em rondel, seja ele em soneto
o verbo será fiel, num gosto franco
Nada caberá o fraco, se for indriso
ou intruso pela entranha, indeciso
o eco que ao longe sempre remeto
Que tenha só teor de força, tranco
que do coração, veia seca, arranco
e seja de suor e sangue, o poemeto
Venham versos livres de dor e rima
no verbo, terão aspereza duma lima
mesmo sob qual ideia, do contexto
Algo assim dito que ganhe a altura
e derrube a base da voz, a ditadura
que tudo tem, o mal como pretexto
Toda a alegria fantasiada de ilusão
perde, mesmo que dentro a canção
o ãnima que externa toda a palavra
e aqui, por essas complexas trilhas
tão vestidas dessa surreal sextilha
murmuram por não serem aldravia
Só querem alcance da mão do dito
não o que só falam, mas o tal grito
aquele que muito tem p'ra ser dado
das tantas coisas desse tal mundo
que o homem, segundo a segundo
está ruindo a gás, a lixo e machado
Grito esse que precisa ser escutado
na forma qualquer que seja gritado
Escuta, homem, por favor ,entenda!
Se aqui, no agora, só semear escuro
não há jeito nenhum p'ra seu futuro
lá na frente, feito troll, será só lenda
09-03-2019
15h55min