ANINHA E O SEU PORQUINHO CHIQUITITO!!!
Eu vou contar a história
De um porquinho bem legal
Cujo nome é “Chiquitito”!
Que se criou no quintal,
Sob os cuidados de Aninha,
Sua dona a garotinha
Que estimava esse animal.
De maneira especial
“Chiquitito” era tratado!
Sobrava água e comida
E o banho era caprichado,
Com xampu e sabonete
E, além disso, um banquete,
Com um cardápio variado.
O porquinho era levado!
Todo o quintal revirava,
Quebrava os vasos de plantas
Mexia em tudo, fuçava,
Era aquele sobe e desce
Fazia o que bem quisesse,
Aninha nem se importava.
E quando em casa ele entrava
Era aquela confusão,
Mexia em cadeira, mesa,
Sofá e televisão,
Além de mais outras trelas,
Até chegar às panelas
Que estavam lá no fogão.
Porém noutra ocasião
“Chiquitito” causou drama,
Tomou um chá de sumiço!
Aninha grita e lhe chama,
Num desespero danado,
E ele estava era deitado
Dormindo na sua cama.
Outra vez entrou na lama
Que tinha atrás da cozinha,
Deitou, ficou se espojando,
Longe das vistas de Aninha,
Depois desse farreado
Saiu todo enlameado
Sujando a casa todinha.
Numa mangueira que tinha
Bem ao lado, no oitão,
“Chiquitito” ali deitava,
Pra tirar um chochilão!
Dormia que ressonava
Na hora em que acordava
Degustava a refeição.
Não era qualquer ração
Que “Chiquitito” comia,
Gostava de angu, batata,
Jerimum e melancia,
Leite morno e bem docinho,
Que Aninha com carinho,
Toda hora lhe trazia.
Mas durante um triste dia
“Chiquitito” adoeceu,
Porque comeu algo errado
No quintal, que lhe ofendeu,
Ficou fraco, esmorecido,
Achacado e combalido
Dessa vez quase morreu.
Aninha lhe socorreu
Deu remédio, chá, purgante,
Chamou um veterinário
Cujo nome é doutor Dante,
Entre lamentos chorava,
Ia pra lá e voltava
Não se aquietava um instante.
Competente e confiante
Pra resolver a questão,
Aquele veterinário,
Deu no porco uma injeção,
Que surtiu um bom efeito
E o mal foi logo desfeito
Com a forte medicação.
“Chiquitito” sem noção
Do perigo que corria,
Qualquer coisa que encontrasse
Lá pelo quintal comia,
Que fosse boa ou ruim,
Mas, viu bem de perto o fim,
Com essa sua teimosia.
Passada aquela agonia
Logo se recuperou,
E a fazer presepadas
“Chiquitito” retornou,
E num dia logo cedo
Com afoiteza e sem medo
Veja o que ele aprontou.
O espertinho notou
Que o portão estava aberto,
Sem trave e sem cadeado,
Sem ninguém ali por perto,
E naquela audácia sua
Começou correr na rua,
Só pra dar uma de esperto.
Isso não ia dá certo
Já se sabia afinal!
Quando Aninha deu por conta
Da falta desse animal
Sofrendo grande amargura
Saiu a sua procura
Num desespero total.
Na varredura geral
Andou pelo bairro inteiro,
Procurando “Chiquitito”,
Sem notícia e sem roteiro,
Daquele porco fujão,
Em busca de informação,
Indagou um carroceiro.
Ele respondeu ligeiro!
Disse: eu venho do lixão,
Vi sim um porco malhado
Andando na contramão,
Dando sinais de cansado,
Quase foi atropelado,
Nas rodas de um caminhão.
A menina sem ação
Dessa vez quase desmaia,
Ficou enxugando o pranto
Nas barras de sua saia,
Dizendo quando eu pegá-lo
Juro que vou confina-lo
Num chiqueiro ou numa baia.
Porém não fugiu da raia
Foi procurar o porquinho,
Sussurrando, ah! Se eu achasse
Meu pequeno “Chiquitinho”!
Ao invés de bater nele
Eu iria tratar dele
Com muito amor e carinho.
Seguiu pelo seu caminho
Sem rumo e sem direção,
Quando avistou bem de longe
Seu porco de estimação,
Deu um suspiro e um grito
Muito alto: “Chiquitito”!
Foi grande a empolgação.
A Deus fez uma oração
Por encontrar seu porquinho,
Dele foi se aproximando
Quando chegou bem pertinho,
Disse, vamos fugitivo!
Diga qual foi o motivo
Que lhe fez sair sozinho?
Mas aquele bacorinho
Nada a ela respondeu,
Juntos seguiram pra casa
E logo ela se esqueceu
De dar-lhe qualquer castigo
Porque amigo é amigo
Não importa o que ocorreu,
Depois o porco cresceu
E Aninha cresceu também,
Continuaram felizes
E ela ainda mantém
Aquele afeto bonito
E o porquinho “Chiquitito”
Até hoje lhe quer bem.
A amizade provém
De quem tem amor fiel!
De Aninha e de “Chiquitito”
Eu coloquei no papel
Um pouco da bela história
Mesmo de forma simplória
Nos meus versos de cordel.
Carlos Aires
18/02/2019