As seis sextilhas da saudade
Eu fico as vezes pensando
do tempo que foi passando
e não me dei conta
Antes, a vida, tão singela
é agora não mais aquela
de tanto que apronta
Lembro da roda de fogueira
por todas as noite inteiras
banhadas aos violões
Eram Ulisses, Antônio e Julinho
cada um em acordes de carinho
revelando suas canções
Sons de alegrias e testemunho
mostrando que a força do punho
pode ser calma e suave
Músicas da Terra e lá do espaço
com cheiro de beijo e de abraço
e nossas vozes como nave
E saíamos tão etéreos de nós
provocantes ao mal tão algoz
com poesias de protesto
E eram tantas coisas bonitas
que o belo até hoje acredita
que a beleza é manifesto
Ainda lembro de contar estrelas
mesmo quando não podia vê-las
pois sabia que estavam lá...
Era um roda de muitos amigos
um tempo que parece já antigo
e que acho, não quer voltar
O tempo atrelado a vida é isso
a saudade prende como vício
e o que é bom, é memória
Coisa que guardamos de jeito
não na cabeça, mas no peito
e assim chamamos de história
17-02-2019
10h26min