NADA TROUXE DO VENTRE, E PARA A COVA, FIQUE CERTO DE QUE NÃO LEVA NADA!!!
Vim do ventre materno desprovido
De uma roupa ou de bens materiais,
E os monarcas e reis orientais
Não me consta que algum nasceu vestido,
Mas o bolo da vida é dividido
De maneira desproporcionada
Vai o pobre pra classe flagelada
E no rico a fortuna se comprova,
Nada trouxe do ventre, e para a cova,
Fique certo de que não leva nada.
Nos degraus do poder eu vejo gente
Desviando e roubando o nosso erário,
Sem escrúpulo o gatuno salafrário
Que elegemos de forma consciente,
Nada faz por aquele mais carente,
Que tornou-lhe o membro da bancada
A ganancia de forma exagerada
Não lhe faz refletir nem lhe reprova
Nada trouxe do ventre, e para a cova,
Fique certo de que não leva nada.
Quem despreza aquele que não tem
E se acha o dono do pedaço,
Esnobando quem vive no fracasso
Desprezando e tratando com desdém
Essa sua atitude não contém
A bondade por Deus apregoada
E essa sua postura impensada
A esfera divina desaprova,
Nada trouxe do ventre, e para a cova,
Fique certo de que não leva nada.
Se no pobre a fome é irrestrita
Já o rico esbanja no banquete,
Mora o rico num belo palacete
Mora o pobre na rude palafita,
Não importa o lugar em que habita
No percurso ao longo da jornada
Pois se igualam no fim da caminhada
Quando a morte lhes chega dando a prova
Nada trouxe do ventre, e para a cova,
Fique certo de que não leva nada.
Carlos Aires
07/12/2018