A HERANÇA DO AVENTUREIRO

Não sou um cabra Herançado

De ninguém eu nada herdei

O pouco que consegui

Ou o nada que ajuntei

Foi com suor do meu rosto

Disso tenho muito gosto

Na vida eu muito lutei

Nada recebi de graça

Sempre fui cabra modesto

Dedicado aos meus sonhos

E praquilo que acho que presto

Morei em muitas cidades

Já passei dificuldades

Paguei caro ser honesto

De ninguém nada roubei

Nunca enganei ninguém

Os tapas que eu levei

Na vida eu dei também

Mas sempre fui dedicado

Procurei ser muito honrado

Sempre praticando o bem

Por favor, não me condene

Se rico eu não fiquei

So lhe afirmo que na vida

Por ela eu batalhei

Eu posso não ter dinheiro

É que na vida, companheiro

De ninguém eu nada herdei

O meu pai era guarda noturno

E depois foi motorista

Criou um monte de gente

Que é bem extensa a lista

Mas pouco disso serviu

E no que ele investiu

Foi pouca sua conquista

Partiu cumprindo a sina

Da virtude e da bondade

De tudo que me ensinou

Afirmo-lhes de verdade

O meu maior cabedal

Que me deixou afinal

Foi crê na honestidade

De tudo sou precisado

Não tenho onde morar

Nada construir pra mim

Que possa me orgulhar

Um teto ou moradia

Essa dita mordomia

Não pude realizar

Sou diferente de tu

Que pouco fez pra ganhar

Pois tudo que hoje tens

Os bens para se orgulhar

Afirmo-lhe com confiança

É fruto de uma herança

Que hoje tens pra desfrutar

Pai avô sogro ou Sogra

Mãe um tio seja quem for

Partiu deixando pra todos

Um pouco do seu labor

Pra que seja dividido

De forma igual repartido

Pra cada um, seu valor

Assim segue o destino

Quem tem vive do que tem

E ainda criticam os outros

Mas não ajuda ninguém

A ganância e o egoísmo

É da alma um abismo

Nada se leva pro além

Às vezes saio no mundo

Sem saber quando voltar

Se vou ter o de comer

Se terei como pagar

Mas em casa a vigília

Em oração da família

Impulsiona-me avançar

Qualquer trocado seu moço

Seja qual for seu valor

Para mim que nunca tive

É sagrado seu Doutor

É fruto da minha luta

Do sofrer e da labuta

De quem não é herdador

Não venha me condenar

Por que não tenho dinheiro

Mas eu sou é muito Rico

Conheço o Brasil inteiro

E só de olhar pra quem mente

Conheço de longe o vivente

Quem tem cara de trambiqueiro

Muitos se casam pensando

No tombo que ali darão

Só procura moça rica

Ás vezes mais feia que o cão

Mas o que vale é o dinheiro

E o titulo de herdeiro

De gado terra e tostão

Já começa usufruir

Daquilo que foi herdado

Arruma uma rapariga

Pra divertir um bocado

E a mulher fica em casa

Enquanto o galo bate asa

Gastando assim adoidado

Quem casa com mulher feia

Não é cego, é investidor

Ta de olho na herança

Ou em coisas de valor

Com ela em festa não vai

De casa com ela não sai

Pra não expor o horror

Dinheiro e água de açude

É fácil se acabar

Quando a seca da desonra

No Homem vem a torrar

As águas do fingimento

Da discórdia e do tormento

Faz até a alma secar

Nada tenho nestas mãos

A não ser sonho e vontade

Uma família que me ama

Que eu a amo de verdade

E vou lhe dizer bem franco

Eles são meu cheque em branco

Que Deus me deu por caridade

Eu por não ter fidalguia

Eu levo a vida a cantar

Que é pra matar de inveja

Quem de mim vive a falar

Pois não sabe fazer um verso

Que alegre o universo

De quem sabe o que é amar

La na morada derradeira

O buraco é todo igual

O Caixão não tem gaveta

E nem Cheque especial

Tudo que você ganhou

E dos outros se aproveitou

Não levarás afinal

Por isso meu bom amigo

Ouça meu verso verdadeiro

O meu Pai é trilionário

E dEle sou seu Herdeiro

Deus me dá o que preciso

Porque lá no paraíso

Não se fala em dinheiro

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 07/11/2018
Reeditado em 08/11/2018
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