EU VI O ÓDIO, E NÃO ERA RUMORES...
 
Eu vi pessoas desejando o mau,
Eu vi explicações de assassinos,
Vi calarem, nas igrejas os sinos,
Vi facistas, brincando de carnaval,
Escravos, hostilizados em canavial,
A escravidão, por ora, anunciada,
A justiça, sem olhos, amordaçada,
Dos trabalhadores, era só apelo,
Não era sonho, era pesadelo,
Brasil inteiro, na mentira da facada.
 
Vi comemorando nossa morte,
Vi obscenos "cidadãos de bem",
Apedrejando, sem saber aquém?
Vi aliados da América do norte,
Vi o vermelho, vivendo por sorte,
Vi a consciência sendo enforcada,
Vi bonecas nas ruas, manipulada,
Vestidas, cada uma, seu modelo,
Não era sonho, era pesadelo,
Brasil inteiro, na mentira da facada.
 
Vi tiros contra caravana, atentado,
Vi pedradas contra a democracia,
Era toda noite, quase todo dia
Vi o vandalismo descarado,
Tentando deixar o povo calado,
Vi bombas de gás na calçada,
Vi crianças feridas, voz calada,
Simplesmente por estar, cê-lo,
Não era sonho, era pesadelo
Brasil inteiro, na mentira da facada.
 
Vi fogos de artifício nos céus,
Vi gravações de agressores,
Vi Mariele, Moa, professores
Vi Brilhante Ustra, poder do fel,
Encarcerado em um quartel,
Fuzilando artistas, do nada,
Vi a crença sendo humilhada,
A negação da medicina, dolo,
Não era sonho, era pesadelo,
Brasil inteiro, na mentira da facada.
 
Eu vi o ódio, e não era rumores...
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 05/11/2018
Código do texto: T6495496
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