Um quase cordel em sextilha invertida inspirada no: Um Violinista no Telhado
Quero eu poder tocar algum violino
lá bem acima do telhado do mundo
voltar aos meus sonhos de menino
Ver a "via láctea, estrada tão bonita"
e notar que o espaço tem por vista
muito mais do que vácuo profundo
Pelo muito que já tenho de destino
sem esquecer de onde sou oriundo
tenho dentro da veia, sangue e tino,
de versar o universo em suma lista
e notar que o espaço tem por vista
muito mais do que vácuo profundo
Todo assim cabendo, frevo e hino,
eu doando acordes que confundo,
o som com poema que descortino,
cantando aves, flores e a ametista
e notar que o espaço tem por vista
muito mais do que vácuo profundo
Enxergar na natureza, meu ensino,
mesmo que não me torne facundo
Aprender do tempo que é matutino
quanto a imensidão é bela ativista
e notar que o espaço tem por vista
muito mais do que vácuo profundo
Em cima do teto, tocar um violino,
que por ventura, eu um vagabundo
musicasse pura simetria de latino
menestrel, erudito, popular artista,
e notar que o espaço tem por vista
muito mais do que vácuo profundo
E assim em alto clima me imagino
em algum momento todo fecundo
tirando da poeira o tanto que rimo
para tudo abaixo e acima ser pista
e notar que o espaço tem por vista
muito mais do que vácuo profundo
31-10-2018
16h34min
Um Violinista no Telhado, é o título de uma produção musical de Charles Möeller e Claudio Botelho, que foi levado para o cinema em 1971, e que mostra a luta de um homem, chamado Topol, em preservar as suas raízes e tradições da religião judaica, em plena Rússia czarista. O filme teve varias premiações.