O NORDESTE!!!
O Nordeste é situado
Numa imensa região,
E nove estados abrange
Cuja total dimensão
Vai desde o sul da Bahia
Ao norte do Maranhão.
O calor e a sequidão
No nordeste é sempre forte
Atingindo a Paraíba,
O Rio Grande do Norte,
Piauí e Pernambuco,
A chuva não dá suporte.
Talvez por falta de sorte
O estado do Ceará,
Pela seca é castigado
Vive sempre ao deus-dará,
Em Sergipe e Alagoas,
Não chega chuva por lá.
Mas o nordestino está
Sempre alerta, sempre atento,
Esperando que Deus mande
Lá do céu algum alento
De chuva, pra que amenize,
Ou finde com o sofrimento.
Porém não tem cabimento
Essa ideia de pensar,
Que o Nordeste é só tristeza,
Que vivemos a esmolar,
Pois temos muitas riquezas
Nesse solo a explorar.
O povo desse lugar
De uma maneira geral,
Dispõe do extrativismo
Vegetal e mineral,
E temos como destaque
Petróleo e gás natural.
A maior parte do sal
Consumido no Brasil,
É o Nordeste quem produz
De forma farta e gentil,
E o Rio Grande do Norte
Lidera nesse perfil.
Sem ser de maneira hostil
Meu Pernambuco guerreiro,
Comanda com abundância
O nosso polo gesseiro
Produz quase cem por cento
Do consumo brasileiro.
O Nordeste é um celeiro
Na produção de verdura,
Nas margens do São Francisco
Abrange a fruticultura,
Que mesmo sendo irrigada
Ocasiona a fartura.
Na área de agricultura
O Nordeste está presente,
Em toda zona da mata
A cana é quem faz a frente,
Na produção de açúcar
Etanol e aguardente.
Também se torna aparente
Em toda essa região,
Plantios de mandioca,
De arroz, de milho e feijão,
Desde os nossos litorais
Até no alto sertão.
O plantio de algodão
No Nordeste fez figura,
Mas a peste do “bicudo”
Invadiu essa cultura,
Fazendo com que mudasse
Totalmente a estrutura.
Porém nossa rapadura
Que é tão tradicional,
Aqui em nosso Nordeste
É quase um cartão postal,
E é vastamente encontrada
Do sertão ao litoral.
De maneira especial
O Nordeste propicia,
No vale do rio Açu
Com muita categoria,
Uma produção intensa
De melão e melancia.
O Ceará, quem diria!
No minério pisa fundo,
Pedras semipreciosas
Contém seu solo profundo,
Além da maior reserva
De Urânio que tem no mundo.
E lá pelo chão fecundo
Do estado do Maranhão,
O babaçu predomina
Garantindo a produção
De semente pra o fabrico
De margarina e sabão.
O Piauí faz questão
De manter seus palmeirais,
E aqui cito a carnaúba
Que além de bela de mais
Produz uma cera rica
Para fins industriais.
E desses carnaubais
Os produtores felizes,
Colhem além das sementes,
Folhas frutos e raízes
Que com seus artesanatos
Dão-lhes outras diretrizes.
Seguem pra outros países
As peças artesanais,
Produzidas no Nordeste,
E que são essenciais
Para garantir a renda
De seus artesões legais.
O Nordeste dá sinais
Que está em plena ascensão,
E como exemplo aqui cito
A industrialização
Que em Suape predomina,
Com muita obstinação.
É grande a evolução
Na prática e na teoria,
Pois as cento e vinte empresas
Dão suporte e garantia
De emprego pra muita gente,
Em qualquer categoria.
Além da refinaria
Que é do setor petroleiro,
Suape também dispõe
De um potente estaleiro,
Onde constrói seus navios
E envia pra o mundo inteiro.
E no setor hoteleiro
O Nordeste é magistral,
E atende o nosso turista
De maneira cordial,
Que seja aqui do país
Ou internacional.
Ao longo do litoral
As belezas naturais,
Em todos os nove estados
Já são tradicionais,
E encantam nossos turistas
Por serem lindas demais.
Além disso, temos mais,
Diversos parques e feiras,
Serras com climas amenos
As trilhas e as cachoeiras,
E estamos entre as mais belas
Das regiões brasileiras.
Nossas matas catingueiras
Fazem com que o Nordeste,
Seja diferenciado
Pela flora que lhe veste,
Além disso, a fauna típica,
Do sertão e do agreste.
A culinária inconteste
Ao turista propicia,
Um degustar saboroso
Em cada comedoria,
Que a ele é oferecida
Do Maranhão a Bahia.
O cardápio contagia
Por ser muito variado,
Com comidas diferentes
E típicas de cada estado,
Que oferece ao visitante
Um sabor inusitado.
O meu Nordeste estimado
Mantém viva a tradição,
E o folclore que se expande
Por toda essa região,
Cantorias, vaquejadas,
E as festas de São João.
O frevo causa emoção
Ao povo pernambucano,
Boi-bumbá ao maranhense,
Como o axé pra o baiano,
Ou a Nau-Catarineta
Pra o povo paraibano.
Sem que haja algum engano
Quem habita nessa terra,
Vive em paz e satisfeito
Sem sequer pensar em guerra,
Divertindo-se e dançando
Num bom forró Pé-de-Serra.
O meu versejar se encerra
E espero que o povo ateste,
O que aqui deixei descrito
Mas, se não passar no teste,
O intuito foi tão somente
Falar bem do meu Nordeste.
Carlos Aires