PRA REBUSCAR A HISTORIA, DO CAPITÃO VIRGULINO
Eis aqui mais uma obra
Falando deste torrão
Que pariu heroes e feras
No seco e grande sertão
Por sinal dentre um deles
VIRGULINO LAMPIÃO
Se herói ou se bandido
Depende do ponto de vista
Lampião tinha coragem
Era também legalista
Queria um governo sério
Mas lhes deram outra pista
Coronéis e os coiteiros
Por ele era protegido
A historia se repete
Neste meu sertão querido
Onde a lei anda irmanada
Entre poder e bandido
Lampião ao meu olhar
Fez o que muitos fariam
Mataram o pai do cara
E sua vida feriram
Ele revoltou-se é claro
E muitos corpos cairam
Quem não aceita o errado
Na vida tem que lutar
Pois a opressão mutila
Quem se acovarda em brigar
E os poderes lhe botam cangas
Pesadas pra carregar
Vejam que o pior inimigo
Além da tal ambição
Com certeza meu amigo
É a tal da traição
Através dela mataram
Maria bonita e Lampião
Vamos narrar em cordel
O que a historia já contou
80 anos já se passaram
E o mundo pouco mudou
Apenas o modo traiçoeiro
De certo se modernizou
Os Lampiões contemporâneos
Só usam armas diferentes
Pra oprimir e pra humilhar
Estes seres tão carentes
Que por pura frouxidão
Nem parecem que são gentes
Nascido em Vila Bela
Que hoje é Serra Talhada
Semi-árido Pernambucano
Conforme historia contada
Virgulino Ferreira da Silva
Deixa assim registrada
De José Ferreira dos Santos
Dos filho ele era o terceiro
Maria Sucena da Purificação
Mãe desse cabra Brasileiro
Que após uma grande labuta
Foi chamado de cangaceiro
Manoel Freire Lopes
E Maria José da Soledade
Foram assim seus padrinhos
De batismo na verdade
Conforme consta em registro
Da já citada cidade
Antonio Ferreira de Barros
Avô por parte de Pai
E Maria Francisca das Chagas
A hereditariedade não trai
Está tudo registrado
E dos registros não sai
Manoel Pedro Lopes
E D.Jacosa Vieira do Nascimento
Eram seus avós maternos
Conforme o assentamento
As testemunhas firmaram
Dando valor ao documento
Os Senhores Antonio Francisco
E também Jose Bernardino
Os dois de sobrenome Souza
Selava então o destino
Serviram de testemunhas
Firmado em chão nordestino
No dia 04 de Junho
O ano é duvidoso
1898
Nascia pra ser famoso
E mudaria o sertão
Com seu jeito tão tinhoso
Numa entrevista dada
Que Virgulino concedeu
Data de 12 de fevereiro
Assim ele esclareceu
No ano de 1900
A data que ele nasceu
Mas a historia é assim
Estica um pouco a verdade
Pois não é com exatidão
Que se tem a veracidade
Ou aumenta ou diminui
Esta é a realidade
Em 1926
Em Juazeiro do Norte
O Leonardo da Mota
Entrevistador de porte
Registrou essa conversa
Que teve ele a sorte
Outras datas também surgem
Aumentando a confusão
18 de julho aparece
Mas preste bem atenção
Dia 07 de julho ele foi registrado
Que é o dia do xaxado então
O dia do Xaxado
Esse evento afinal
Concedido em Serra Talhada
Pela Câmara municipal
Homenageia Lamipão
Festança assim sem igual
A historia mais famosa
Desse sertão Brasileiro
Sem duvida é a de Virgulino
Bandido heroi ou justiceiro?
Fez historia no nordeste
O Capitão cangaceiro
No ano 2018
Da nossa era vivida
Completarão na verdade
Nessa data nunca esquecida
80 anos da morte
Da historia percorrida
Seu nascimento só foi registrado
No dia 12 de agosto
Do ano de 1900
É o que está exposto
E pra preservar a memória
Ta assentado e posto
Isso quer dizer que ele
Já tinha dois anos passado
Quando então o Virgulino
Fora então registrado
É assim que está escrito
Em papel então lavrado
Virgulino Trabalhava
Ali como artesão
Era alfabetizado
Gostava de leitura então
Usava óculos coisa incomum
“Praquelas” bandas do sertão
Até os seus 21 anos
No oficio trabalhava
Cosendo e costurando
Fazia e remendava
Pois tinha habilidade
Naquela sua empreitada
E de onde foi que veio
Veja que indagação
Por que ele recebeu
O Nome de Lampião?
Pela sua mira certeira
Que parecia um rojão
Brigas por posse de terra
Sempre existiu no sertão
Muita gente matava e morria
Era uma tradição
Famílias se odiavam
Pela cobiça e ambição
Em 1919
Num confronto pela terra
A desculpa foi um chocalho
Mas começava uma guerra
Mataram o pai de Lampião
Aqui então o cabrito berra
Virgulino jurou vingança,
Juntou um e o outro irmão
passou a integrar o grupo
De cangaceiro no sertão
Do tal do Sinhô Pereira.
Foi aqui a iniciação
Oitenta anos de historia
Rebuscamos pra contar
A saga de Virgulino
Que hoje é tão popular
Invadiu as faculdades
De tudo quanto é lugar
A historia traça o rumo
E aqui vou informar
De 1896 a 1897
Canudos foi guerrear
Aconteceu no sertão
Esse fato secular
Quando acabou a guerra
Em 1897 se deu
Um ano após essa labuta
Virgulino então nasceu
Fruto do nosso torrão
Conforma a historia escreveu
A pedra de Bendegó
Em 1784 foi achada
Em 1888
Pro Rio de Janeiro levada
Queremos a pedra de volta
Pra onde fora encontrada
Dez anos depois de levada
Virgulino então nascia
Se aqui ele estivesse
A pedra não sairia
As vezes só mesmo lutando
É que se vence o dia a dia
Tres fatos importantissimos
Tres datas aqui registradas
BENDEGÓ,CANUDOS e LAMPIÃO
Por tantas pessoas narradas
É um pouco do nosso existir
Em várias letras grafadas
Entre fé, fogo e bravura
O tempo não esqueceu
O povo tem suas historias
Que o nosso mundo escreveu
E assim em registros nós temos
A vida que Deus nos deu.
Querem tomar nossa historia
Um patrimônio que é nosso
O Cangaço e o meteorito
O Conselheiro até posso
Dizer e gritar pra voce
Também é um problema vosso
Voltando ao tema central
Pra falar de Virgulino
Esse vulto historico que
Por conta de um desatino
Abraçou o cangaço e morreu
Nesse solo nordestino
A morte de Lampião
Digo sem ser muito afoito
Acontecera no ano
De 1938
Faz oitenta anos agora
No ano de 2018
Foram 20 anos de lida
Atirando,matando gente
Pra não ser morto deitou
Soldado cabo Tenente
E acabaria com todos
Que viesse pela frente
Mas a traição é triste
Covarde tem parte com o cão
Só foi assim que desse jeito
Obtiveram exito então
Num gesto de covardia
Apagaram o Lampião
Dizem que o total do bando
Nunca passou de 50
Mas como eu disse acima
Ou diminui ou aumenta
A historia é mesmo do jeito
Que algum sujeito sustenta
Seus trajes eram de couro
Casaco,sandália e chapéu
Os cintos de munição
Pra se proteger no vergel
Daquela densa caatinga
De mato, de terra e de céu
As armas adquiridas
De certo eram roubadas
Não existia contrabando
No meio daquelas estradas
Prestem atenção nas marcas
Que eram utilizadas:
A espingarda Mauser
Tida de repetição
Por José Alberto Vergueiro
Foi inventada então
Seria essa a preferida
De Virgulino, o Lampião?
O Rifle Winchester “yellow Boy”
Americano de fabricação
A arma que conquistou o oeste
E aqui chegou no sertão
Chamado de papo amarelo
Nas mãos do bravo Capitão
Porque o nome MACACOS
Eram dados ao policiais
Das volantes que perseguiam
Em todos e tantos locais?
Os soldados fugiam pulando
Como fazem esses animais
De tudo que acontecia
O Capitão era acusado
Roubo de gado sequestro
De tudo que era errado
Qualquer morte que havia
Era ele o culpado
Muitas mortes com isso
A ele foi atribuída
Estupros e toda maldade
Barbaridade ocorrida
Tudo que era coisa ruim
Botavam o preço em sua vida
Por um lado só aumentava
A fama do Capitão
Por outro o banditismo
Impregnava na região
Mas quando ele descobria
Era punhal rifle ou facão
Devoto de Padim Ciço
Famoso Romão Batista
Foi quem lhe deu a patente
Lampião era legalista
Não quis briga com Prestes
Da coluna comunista
Maria Gomes de Oliveira
A bela Maria Bonita
Balançou o capitão
E seu coração palpita
Arrastou levou embora
Conforme a historia dita
Foi numa data importante
o nascimento de Maria
Pois foi em 08 de março
Que é data de valentia
Dia Internacional da mulher
Olha só que primazia
08 de março de 1911
Maria então nasceu
Pelas bandas de Paulo Afonso
Sua historia escreveu
Em Poço Redondo, Sergipe
Foi ali que ela morreu
Junto com o seu amado
Tombou no mesmo dia
Um amor entre o errado
E o certo que construía
Uma autentica vivência
De VIRGULINO E MARIA
11 cabeças cortadas
Levadas pra exposição
Pra mostrar o HEROISMO
Á toda população
Mas não conseguiram decapitar
A historia deste Capitão
Na gruta de Anjirco se ouve
O Papo amarelo papocar
Lá no meio da caatinga
Onde o rio banha o lugar
Ainda tem muita historia
A espera do pesquisar
Essa foi mais uma historia
Do temido Virgulino
Do Capitão que fez historia
Nesse solo nordestino
Se bandido ou se Herói,
Cada um tem seu destino