UM ADEUS MARCELO REZENDE!!!

Hoje a TV brasileira

Está repleta de saudade

Porque Marcelo Rezende

Partiu para eternidade.

Fazendo o “Cidade Alerta”

De forma ampla e aberta

Entrava no submundo

Onde predomina o crime,

Com sua equipe, seu “time”

Mostrava tudo pra o mundo.

Encarava o jornalismo

Com muita seriedade

Publicando as reportagens

Com imparcialidade

Por ter atitude nobre

Jamais esnobou do pobre

E nem bajulou a riqueza

Sendo franco e recatado

Sempre mandou seu recado

Com solidez e firmeza.

Marcelo ganhou destaque

No Jornal Nacional

Com a sua reportagem

Lá na Favela Naval

Onde dez policiais

De formas cruéis, brutais,

Causando angústia e tortura,

Com seus gestos desumanos

Provocaram morte e danos

Sofrimento e amargura.

“Linha Direta”na Globo

Era sob o seu comando,

Ali Marcelo Rezende

Seu público foi conquistando

Com esforço e sem excesso

Logo alcançou o sucesso

Porque foi merecedor

Pois tudo que ele fazia

Usava de primazia

Calma, bonança e amor.

Em começo de carreira

Trabalhou na Rádio Globo

No jornal foi copidesque

Demonstrando não ser bobo

E na Revista “Placar”

Marcelo viu prosperar

Seu instinto aventureiro

E por ser fenomenal

Foi chefe da sucursal

Lá no Rio de Janeiro.

Na Band e Rede TV

Passou, e ali fez figura,

Seu sucesso a cada dia

Ganhava mais estrutura

Agindo com coerência

Conquistava a audiência

Com muita tranquilidade

Porque “Marcelão” agia

Tranquilo na calmaria

Evitando a tempestade.

Apresentou lá na Band

O “Tribuna na TV

De cativar a plateia

Conquistou essa mercê

Com seu jeito extrovertido

Foi sempre bem recebido

Em âmbito nacional

E assim em qualquer programa

Marcelo ganhava fama

Prevalecendo a moral.

Depois na rede Record

Seguiu até o final

Fazendo o “Cidade Alerta”

Ao lado de Percival

Com quem ele caçoava

Vez por outra até “zombava”

Dele, muito gentilmente,

Dizendo que era um defunto

Dando gracejo ao assunto,

Por brincadeira somente.

Percival por sua vez

Sempre foi seu grande amigo,

Na mais sublime bonança

Ou no mais severo perigo

Sempre estava do seu lado,

Com seu instinto apurado

Por ser grande jornalista

Comentava e debatia

Demonstrando que sabia

Sem ser sensacionalista.

Marcelo se destacava

Por ser muito extrovertido

Em todos da sua equipe

Colocava um apelido

E usando esse atributo

Em Luiz Bacci, que é astuto,

E virou seu ancoradouro,

Por ser bem conceituado

Logo foi apelidado

Pelo “Menino de Ouro”.

Já, com Fabíola Gadelha,

Sem dolo ou maracutaia

Ele carinhosamente

Chamava “Rabo de Arraia”.

Por pleno merecimento

Liliane Nascimento

Logo virou “Capitão”

Bruno de Abreu é “Peruca”.

Não era ideia maluca

Era só por diversão.

E nos bordões que criava

Logo se ouvia dizer

“Põe exclusivo minha filha,

Dá trabalho pra fazer”,

Ao descrever um relato

Depois que mostrava o fato

Marcelo ficava assim

Bem firme na sua base

E dizia aquela frase

Por favor, “Corta pra Mim”.

Outro amigo inseparável

Que o deixava bem feliz

Âncora do “Domingo Show”

Grande Geraldo Luiz,

Um colega tão perfeito

Que Marcelo satisfeito

Sempre ia ao seu programa

Quando era convocado.

Construía o seu legado

Mas sem buscar glória ou fama.

Bem no início de maio

De dois mil e dezessete

Marcelo Rezende sente

Que a doença lhe acomete

Logo que se sentiu mal

Procurou um hospital

Por estar incomodado

Passou por sérios exames

Além de grandes vexames

Ao ser diagnosticado.

E sem que usasse rodeios

O médico lhe foi enfático,

Sua doença Marcelo!

É um câncer pancreático,

E ele resignado

Fez logo um comunicado

Pela rede social

Disse: estou muito doente

Orem, façam uma corrente,

Com fé, pra curar meu mal.

Em dezesseis de setembro

Bem próximo do sol poente,

Vencido pela doença

Marcelo deixou a gente,

Partiu pra eternidade

Deixando muita saudade

Foi pra sagrada mansão.

A sua honradez foi alta!

Irá fazer muita falta

Em nossa televisão.

Carlos Aires

19/09/2017