Sem Destino
Como quem não adivinha,
Em um beco sem saída,
‘estando à beira da vida,
Para o fim que se caminha,
Se peguei o trem errado.
Indo para qualquer lado,
Vou até o fim da linha
Quem perdeu o pouco que tinha.
Saindo tal vagabundo,
Passando cheque sem fundo,
Na gostosa da vizinha,
Se peguei o trem lotado,
Olhando desconfiado,
Vou até o fim da linha.
Valei-me meu São Raimundo,
Protetor sei lá de quem,
De quem a pé ou de trem,
Alegre ou meditabundo,
Se peguei o barco errado,
Já que estou mesmo lascado.
Vou até o fim do mudo.
Aracaju, 06/ 12/ 2016