A Fome

'Stou com fome, mata o gato,

Bota tudo no espeto,

Já estou só o esqueleto,

Sem nada dentro do prato,

Como até carne de rato

E não é frase de efeito,

Da morte vislumbro o leito,

Sem ter nada pra comer,

Nem a mulher me quer ver,

Vou morrer e não tem jeito.

Eu não sou um sacerdote,

Pra jejuar a qualquer hora,

Minha língua esta de fora,

Para os lados dando bote,

Queria “arroz de capote”,

“Maria Izabel, panelada”,

Mas aqui não vejo nada,

Só tenho mesmo esse gato,

Para fugir do assassinato,

Como até bigorna assada.

Aracaju Sergipe, 09/10/201

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Isso não é participação:É humilhação da Poetisa Raquel Ordones

Vou morrer e não tem jeito,

Eu não aguento mais cuscuz,

E nem frango de panela,

Nem pensar jiló em rodela,

Eu quero é ovo de avestruz,

Eca: Leite com mastruz,

Bulimia está no meu leito,

Eu tenho até dor no peito,

Tenho pavor de abobrinha,

E não me desce sardinha,

Vou morrer e não tem jeito.

Qualquer coisa que eu comer,

Estando com fome ou não,

Vai parar meu coração,

Se à guloseima eu ceder,

A barriga vai doer,

Ainda que sem defeito,

A vida com seu efeito,

Não fico para semente,

Vai parar a minha mente,

Vou morrer e não tem jeito.

12/ 10/ 2016

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Um Piauí Armengador de Versos
Enviado por Um Piauí Armengador de Versos em 12/10/2016
Reeditado em 24/12/2018
Código do texto: T5789016
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