Sexta-feira, 1/7/2016
Acordes de amor
Antonio Feitosa dos Santos 
 
 
imprimir.jpgfeeds.jpg

13528833_1037913219632966_9152905415179587286_n.jpg?oh=bc3ed9d68b53b44fa7b46e8e7e39d4cf&oe=57F2A688

Seu corpo sente saudade,
Do calor do corpo meu,
Olhos não veem os olhos,
Já que a visão se perdeu,
Os lábios bem ressequidos,
Seu osculo se fez sumido,
Minha voz emudeceu.

O sol que brilhava tanto,
Veio à nuvem o encobriu,
Meu sabiá laranjeira,
Desfez o ninho e sumiu,
Meu canário cantador,
Perdeu as penas, o vigor,
E de cantar desistiu.

Minha vidraça quebrou,
Meu jardim eu não limpei,
Minha roseira murchou,
Dálias não mais encontrei,
Açucena não brotou,
O cravo despedaçou,
Verguei o rosto e chorei.

O amor se foi embora,
Arribou do meu sertão,
À tardinha me aconchego,
E canto esta canção,
Dedilhando a viola,
É ela quem me consola,
Acalentando o coração.

Nunca quis lhe ver voar,
Mas sua aza cresceu,
O gavião veio da mata,
Em sua garra a prendeu,
Voando pra muito adiante,
Lá pros lados da vazante,
Pomba rola se perdeu.

Do seu corpo a quentura,
Sobre o meu corpo ficou,
Por vezes em teu gorjeio,
Desse gostar me falou,
Hoje, o coração entristece,
A minha voz emudece,
O som da viola se acabou.


Postado por Antonio Feitosa dos Santos
Em 1/7/2016 à 00h04 
 
 
imprimir.jpg
 
feeds.jpg

Mais Blog Feitosa dos Santos - Prosas & Poemas
    (clique aqui)             "Acordes de amor" - 1/7/2016   "Gritos, em riachos de ontem" - 14/6/201...   "O objeto do amor - Aos namorados" - 11/...   "O velho carro de boi - Lembranças" - 4/...   "Não precisei de asas para voar - Cordel"...   "O meu Brasil sem igual - Cordel" - 31/5...   "Para não dizer que não falei do amor" -...   "Autocrítica de olho no olho" - 12/5/201...   "Quando a razão diverge" - 12/5/2016   "O trem da saudade" - 1/5/2016      (mais ainda)