Terça-feira, 14/6/2016
Gritos, em riachos de ontem
Antonio Feitosa dos Santos 
 
 
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Ainda hoje eu escuto,
O ruído campo abaixo,
Da água bem cristalina,
Deslizando no riacho,
Por baixo dos matagais,
Oh lembranças colossais,
Hoje procuro e não acho.

O serpentear das águas,
Sobre os lajedos passava,
Neles, formava remanso,
Sulco, a natureza criava.
As mulheres sem igual,
Nas suas aguas em geral,
Roupa e utensílio lavava.

Virava um manancial,
Chamado fonte de vida,
Os filhos da natureza,
Saciavam da bebida,
Água o ouro da terra,
Seja no baxio ou serra,
A vivência é construída.

Entre os grotões descia,
Sobre as terras passava,
A água era para todos,
E muitas hortas irrigava,
Ao longo do seu caminho,
Do homem ao passarinho,
Do líquido se aproveitava.

Se o homem não cuidar,
Desse líquido precioso,
A natureza não esquece,
E deixa o tempo raivoso,
Se vai o mato e a terra,
No baixio ou lá na serra,
Fica o meio, pedregoso. 

O riacho da lembrança,
Já não sussurra ao ouvido,
O homem se descuidou,
Foi aos poucos exaurido,
O homem reclama em vão,
Ficou as rachas no chão,
Viventes? Nem o zumbido.


Postado por Antonio Feitosa dos Santos
Em 14/6/2016 às 09h23 
 
 
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