O brado de Sierra Maestra
Ainda em fins do Dezenove
O espanhol ocupa a América
Poucas terras no Caribe
Obedecem a Ibérica
As demais independentes
Colonização cadente
Derrotada e histérica
Faltam Cuba e Porto Rico
Alcançarem sua glória
De países soberanos
Aproxima-se a vitória
Vinda da rebelião
Inabalável paixão
Quer erguer sua história
Eis o orgulho cubano
De tão nobre defensor
A república está perto
Diga adeus ao opressor
Graças a José Marti
O espanhol irá partir
Não será mais seu senhor
Tudo começa com ele
O garrido jornalista
O maior medo da Armada
Será este idealista
A baliza do levante
Guia da guerrilha infante
Tão sensato utopista
Porque a ilha do Caribe
Também quer autonomia
Livre do castelhano
Governar sua baía
Encontra-se na berlinda
Iniciativa bem-vinda
Conquistada com euforia
Para garantir o intento
Há alguém pra ajudar
Lobo em pele de cordeiro
Quer ver Cuba se livrar
Expulsar o europeu
De lote julgado seu
Uma guerra declarar
Ted Roosevelt e seu bastão
Já estava preparado
Guiará seu regimento
Na ilha, desembarcado
Conflito, tal puro gesto
Do Destino Manifesto
Faz da ilha, protetorado
Minha Cuba ainda é escrava
Só trocara de senhor
Meu brioso jornalista
Não aguentaria o terror
Abortada a ideia lúdica
De sedutora República
Será o ianque seu mentor
Guantánamo é garantia
Da sinistra intervenção
Pra qualquer tratado alheio
Peça autorização
Governantes adestrados
Gerenciam desastrados
Ao troco de algum quinhão
Frustrada revolução
Cuba agora é só um cassino
Dos prazeres do nortista
Regrados com desatino
A alforria não será breve
Quando vier, não será leve
Pois maior é seu destino
Já era tempo de chegar
A revolução agora é clara
Militantes na floresta
Fidel Castro, Che Guevara
Com Raul, Bosque e Cienfuegos
Guerrilha contra os pelegos
Havana é a joia rara
Grandes homens mal trajados
Com as barbas a fazer
Descem de Sierra Maestra
Ao inimigo combater
Mesmo com juízo terno
Pro ianque é o inferno
Tal qual fez por merecer
É o fim da oligarquia
De Fulgêncio e seu sócio
Fizeram da bela ilha
Terreiro de imundo ócio
Com contrato leonino
Essa Coca perdeu o tino
Só Rum é melhor negócio
Teve que aliar-se a Vodca
Em tempos de Guerra Fria
Porque o menino mimado
Quis travar sua economia
Com embargo mui covarde
Acatado por compadres
Não aceitou sua autonomia
Foi obrigado a engolir seco
Cuba agora é socialista
E inventário social
Fez da ilha a cronista
De uma história gloriosa
Que venceu a orgulhosa
Águia vil imperialista
Sorria então José Martí
Sua luta não foi em vão
Sua terra tão querida
É enfim grande nação
É o “Herói da independência”
Conquistada na insurgência
Dos barbados em prontidão