A ANTIGA HISTÓRIA DO CORDEL (somente para apresentação escolar)
As origens do cordel
São bastante remotas,
Surgiu na idade media
Lá pras bandas da Europa.
Chegando aqui nas Américas
O Brasil lhe abriu as portas.
Isso levou muito tempo,
Alguns séculos se passaram,
Pois na história do cordel
Vários fatos se separam.
E até chegar ao Brasil
Muitas águas rolaram.
Veio com a colonização
Na embarcação de Cabral,
Um navegador destemido
Às ordens de Portugal,
Que trouxe assim o cordel
No seu formato original.
Nessa época atrasada
O Brasil nem existia,
Era apenas uma colônia
Que a Portugal obedecia.
A literatura e os versos
Só aos ricos pertencia.
Entretanto os trovadores
Desempenhavam seu papel,
Recitando para um público
Que era cada vez mais fiel,
Aquilo que mais tarde seria
Popularizado como cordel.
Por muito tempo ficou
Na base da oralidade,
Os cordelistas de então
Eram poetas de verdade,
Criavam poemas e saiam
Declamando pelas cidades.
Somente a partir de 1850
Começaram a ser registrados,
E nas antigas tipografias
Os cordeis eram prensados,
Depois eram todos vendidos
Nas feiras e nos mercados.
Se espalhou rapidamente
Por toda a região Nordeste,
Uma terra de desafios,
Lugar de cabra da peste.
De uma natureza sofrida
Onde o azul é mais celeste.
Terra de cangaceiros hostis
Numa época bem distante,
De Lampião, Antônio Silvino,
Corisco e Jesuíno Brilhante,
Matéria prima para cordeis
Com histórias interessantes.
O Nordeste enfim, abraçou
Essa antiga e grande arte,
Sendo um grande produtor
Do cordel fazendo parte,
Onde o Ceará, Pernambuco
E a Paraíba são baluartes.
Surgiram grandes poetas
Nesse estilo cordelista,
Alguns até se destacaram
Como sendo grandes artistas,
Numa época sem Internet,
Sem televisão e sem revista.
Mas sem dúvida o melhor
Grande poeta e menestrel,
Leandro Gomes de Barros
O maior escritor de cordel,
Quase cem anos falecido
Há muito foi rimar no céu.
Vendeu centenas de cordeis
Dependurados em cordões,
Pelas feiras e nas praças,
Viajando até os sertões,
Dessa maneira espalhando
Maravilhosas criações.
Essa é a única explicação
Pra nomenclatura cordel,
Depois que essa poesia
Foi transposta ao papel,
Passou a ser comercializada
Numa corda exposta ao léu.
Cordel, corda ou cordão
Até hoje eles são esticados
Para que esses tais livrinhos
Sejam então dependurados,
Atraindo leitores diversos
Desses causos improvisados.
E essa é parte da história
De uma forma de poesia
Que começou na oralidade
Pois a prensa nem existia.
E de tão antiga e relevante
Existe até os nossos dias.
Paulo Seixas, QUEIMADAS, JULHO/2015