PINGOS na Montanha
Bem no alto da colina,
No centro do cume,
O céu tomou umas,
Embebedou.
Ficou escuro,
Breu soturno.
Lá residem,
Dona Altiva
E Sinhô Franco.
Gente comezinha,
Fincados numa casinha,
Pintada de branco.
Naqueles confins,
Hoje estão sumidos,
Amanhã quem sabe.
Limpar o roçado,
Cuidar da criação,
Para o casal é uma benção.
Alegria de gente feliz,
Que não pede nada:
Os mantimentos na despensa,
A roda d`água tocada pelo ocaso,
A reza orada no dia- a- dia,
Para eles, nada acontece por acaso.
Tocando a vida sem artimanha,
O amanhecer é o galardão.
Sempre que chove,
Umedece o torrão,
Lava tudo em sinal de renovação,
Esverdeando o empoeirado espírito da montanha.