PINGOS na Montanha

Bem no alto da colina,

No centro do cume,

O céu tomou umas,

Embebedou.

Ficou escuro,

Breu soturno.

Lá residem,

Dona Altiva

E Sinhô Franco.

Gente comezinha,

Fincados numa casinha,

Pintada de branco.

Naqueles confins,

Hoje estão sumidos,

Amanhã quem sabe.

Limpar o roçado,

Cuidar da criação,

Para o casal é uma benção.

Alegria de gente feliz,

Que não pede nada:

Os mantimentos na despensa,

A roda d`água tocada pelo ocaso,

A reza orada no dia- a- dia,

Para eles, nada acontece por acaso.

Tocando a vida sem artimanha,

O amanhecer é o galardão.

Sempre que chove,

Umedece o torrão,

Lava tudo em sinal de renovação,

Esverdeando o empoeirado espírito da montanha.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 05/07/2015
Reeditado em 06/07/2015
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