NA FEIRA SE VENDE DE TUDO.

Carlos Silva, Poeta & Cantador

Tem faca punhal e peixeira, tem chapéu de couro tem bota e gibão,

espora e tem mungunzá, farinha da boa tem milho e feijão.

tem corda arreio ferrolho, batata repolho e inté trapiá,

tem caça, tem rede e esteira e no meio da feira se encontra um preá.

São coisas deste meu nordeste, sou cabra da peste vem cá conhecer,

e veja a riqueza do povo, que luta de novo em cada amanhecer.

Ô gente disposta guerreira no mei da feira tem tudo patrão

Tem fumo de corda toucinho tem roupa de couro que veste o sertão

Tem saia rodada menina, que cumpre a sina do bom namorar,

tem beijo beiju e cocada, cachimbo e lapada pra embebedar.

O gosto da cana melada curtida no jeito pra gente beber

O favo do mel pendurado, só custa um trocado então pague pra ver

No meio da feira tem rolo, a troca do troco que alguém já trocou

Tem sela que leva pra cela portão e cancele pra quem deslizou

Facão espingarda bainha, fogareiro balde, tem foice e formão.

Tem briga no meio da feira falaram besteira, lá vem camburão

Tem gente filmando as coisas da gente do alto sertão

Tem suco e garapa da boa não vivo a toa neste meu torrão.

Calçola De renda e de chita se não acredita, venha cá pra ver,

Anágua que vem de Recife mostrando a grife que causa prazer.

Tem fuso tem fio e pavio, tem renda bonita lá do Ceará

Na feira se encontra de tudo até verso mudo lá de Propriá.

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 27/05/2015
Reeditado em 21/03/2022
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