Livre (In) Decente
Não escrevo: rabisco sentenças.
Livre de dogmas,
Paradigmas, sofismas.
Insípido. Amargo.
Livro. Morte. Suicídio.
Indecente. Amigo do Ente.
Enalteço o belo,
Quando deveria taxa-lo de horroroso.
Na lei da proporcionalidade,
A reciproca é verdadeira,
E está acima da insolente realidade,
De quererem deturpar o tenebroso.
Sobre amor,
Os atos humanos
Provam o desamor,
Insípidos, descorados, sem cor;
Todavia, para quem os praticam,
Palatáveis, degustáveis de sabor.
O meu pseudônimo é PA,
Que poderia ser Perfeito Amor,
Como o Amor Perfeito é ficção,
Prefiro o culto, incauto,
Inculto, causos, Contos,
Profeta miserável, curto,
Crônicas. Núncio do Arauto.
Espero que tenhas saúde bastante,
Para vasculhar as gavetas da Escrivaninha,
E de lá retirar,
O que não querias ler,
Mas quando desprendeu-se deste dilema,
Passou a admirar.
Sorte, paz e saúde;
é o que desejo-lhe,
por que o resto,
é consequência,
do ânimo e desprendimento,
sem desgaste:
sem ciência.