EXPLORAÇAO SEXUAL E TRABALHO INFANTIL

O mundo e uma escola

De luta fe e esperança

De seres abençoados

Que tem muita temperança

Mas as vezes me entristeço

Sofro choro e padeço

Com o sofrer duma criança

Fora linda minha infancia

Criado no interior

Vivendo de fantasias

Ali cercado de amor

Mamae com carinho cuidava

A gente estudava e brincava

Pra no futuro ter valor

Nesse mundo acriançado

Eu cresci sendo feliz

Tomei banho de riacho

Muita peraltice fiz

Tive boa educaçao

Preparando-me entao

Pra viver no meu pais

Maus tratos nao conhecia

Naquele tempo entao

Dava gosto ser criança

Sonhando ser cidadao

De honra, paz e alegria

A vida assim prosseguia

Maldade se via nao

Hoje vivo preocupado

Com que vejo em minha frente

Pessoas que se aproveitam

De uma vida inocente

Com ato descomunal

A exploraçao sexual

Destroi o adolescente

Forçam jovens ao trabalho

Ainda tao muito cedo

Os pequenos abandonam

Num instante seu brinquedo

E passam a trabalhar

Pois tem alguem a explorar

Mudando o seu enredo

Dois modos de exloraçao

Vale aqui registrar

O lado sexual

E o outro a forçar

Uma criança pequena

Gozando criancice plena

Ser forçada trabalhar

Esse pais tem riqueza

Que o Homem nem descobriu

Vem um monte de canalha

Que nem sabe o que e briu

E por ai vao praticando

Aos poucos so aumentando

O Trabalho Infantil

Seja nos canaviais

Lavoura, mineraçao

Na colheita de sisal

Na extraçao de carvao

O pequenino trabalha

Um dia se quer nao falha

Vivendo na exploraçao

Escola ainda e sonho

Tristes vivem a sonhar

Autoridades lutando

Diz que ao erradicar

Crianças vivem sofrendo

Lutando estao querendo

Ver este quadro mudar

Asia, Africa vejam so

Como ainda predomina

O trabalho Infantil

La e uma triste rotina

Exploraçao declarada

Tambem foi impregnada

Na America Latina

Em 1805

Um menino deformado

Com apenas 15 anos

Ja se via explorado

Eram 15 horas por dia

Por muito tempo sofria

E ate ficou aleijado (fonte Cecip/Oit -1995)

Esse fato foi relatado

Numa grande comissao

Em Bradford, Inglaterra

Todos prestaram atençao

Por muito tempo amigo

Permaneceu esse castigo

Em forma de escravidao

Alemanha Belgica França,

Holanda e Portugal

Isso Seculo XIX

Se tocaram afinal

Surgem Leis de proteçao

Mas a maldita exploraçao

E uma praga infernal

A raça humana destroe

O que nosso Deus criou

Liberdade e utopia

Sonho que alguem sonhou

A ganancia so maltrata

Mutila quando nao mata

E muita voz se calou

Nos mesmos somos culpados

Estamos em cima do muro

Cegos e ate fingimos

Nao enxergar no escuro

Mas a justiça nao falha

E a criança que trabalha

Compromete seu futuro (Açoes da Oit – 1995)

A primeira Lei Brasileira

De proteçao Juvenil

Em 1891

Algo muda no Brasil

Começavam novos planos

E menores de 12 anos

Era de certo, infantil

Nao podiam trabalhar

Ainda eram criancas

Em 1927

Acontecem outras mudanças

14 anos foi fixado

Para entrar no mercado

De trabalho com esperanças

Constituiçao de 1934

De 37 e 46

Seguiam as mesmas regras

Com um conjunto de Leis

Entao 3 constituiçoes

Abordaram essas questoes

Muita coisa entao se fez

Constituiçao de 67

Manteve a proibiçao

Da diferença salarial

Mais uma mudança entao

Fixaram para 12 anos

Novos tempos outros planos

Naquele tempo em questao

Em 1987

O Governo federal

Instituia no pais

Em carater Nacional

O programa BOM MENINO

Pra melhorar o destino

Dos menores afinal

A jornada de trabalho

Fora entao reduzida

Pra 4 horas diarias

Isso melhorou a lida

E sem haver empecilho

Com direito a BOLSA AUXILIO

Foi um avanço de vida

Constituiçao de 88

Foi um avanço geral

Decretos,Leis,Portarias

Incisos e coisa e tal

Paragrafos Caputs e artigos

Mudando regimes antigos

Novos tempos afinal

Falamos ate aqui

Em 5 Constituiçoes

No ambito socio-politico

Abordando umas questoes

Uma coisa vale dizer

Ainda ha muito por fazer

Pra exterminar a exploraçao

Toda causa tem efeito

Do jeito que a vida traça

Somos povos, somos gente

Grande mistura de raça

Alguns em berço de ouro

Outros que nao tem tesouro

Dormem nos bancos da praça

No farol pedem esmolas

Fazendo malabarismo

Mudam sempre de endereços

Em viadutos faz turismo

La se vai uma criança

Perdida sem esperança

Lançando-se para o abismo

Por tras dela, infelizmente

Tem algum explorador

Que exige dos menores

Sem ter o menor temor

E rindo da impunidade

Espalham pela cidade

Uma onda de horror

Crianças vitimas do destino

Ou da tal sociedade

Vao conhecendo mentiras

Maus tratos,deslealdade

Sem forças para sonhar

Logo começam roubar

Esta e a triste realidade

Nos campos escravizados

Por capataz e fazendeiro

Muitos deles nem conhecem

O valor que tem o dinheiro

“Se tentar fugir eu morro”

Pensar em pedir socorro

Sera o grito derradeiro

7, 8, 9 ou 10

Menos ate que essa idade

Crianças sao judiadas

Sentem o peso da maldade

Da miseria a ela imposta

E sem obter resposta

Sofrem toda crueldade

Outra exploraçao cruel

E este fato e real

Crianças sao judiadas

Em ato sexual

Nas TVs a cada dia

Cresce a pedofilia

Conforme diz o jornal

Sendo menino sofre muito

Se e menina sofre mais

Com 13 ou 14 anos

Mulher logo ela se faz

E em meio ao sofrimento

Surge o primeiro tormento

Que nao esquecem jamais

Nas rodovias Brasileiras

Nas cidades ou sertoes

O Quadro e alarmante

Que ferem os coraçoes

Crianças estao parindo

Outras se prostituindo

Por falta de soluçoes

A UNICEF e a CONANDA

A PUC, a USP e outras mais

O ECA tambem contribui

Com atençoes especiais

Lutando em prolda criança

Com vontade e esperança

Vencer estas guerras reais

Quantas coisas ocorreram

Ainda bem que acordaram

Aos poucos nossas crianças

Bom senso ja encontraram

Aqui eu pude mostrar

Ao menos pra ilustrar

Fatos que ja nos mostraram

OIT Organizaçao Internacional do Trabalho

UNICEF Fundaçao das naçoes Unidas para a infancia

CONANDA Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

PUC Pontificia Universidade Catolica

USP Universidade de Sao Paulo

CECIP Centro de Criação de Imagem Popular

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

Carlos Silva – poeta cantador, compositor e pesquisador, que tem no cordel, sua maior fonte de inspiraçao para relatar em versos a realidade do nossopais, dividindo entre trovas e cançoes, experiencias vividas.

Contatos

(75) 9879-7856