HERÓI de INFÂNCIA

Recém-chegado da cacimba,

Sobre o pescoço vergado, além da vazia cabeça,

Cheia de água, a cabaça.

Dirigiu-se ao boteco; arriou o objeto no chão batido,

Tomou sem embaraço uma lapada de cachaça.

Cuspiu um gole para a falecida Sinhá,

E o resto lançou no pé do santo que fica em silencio no seu canto.

Enquanto o álcool não sobe,

Malazarte conta hi(e)stórias de Lampião,

Mula sem cabeça, bumba-meu-boi, xote, baião.

Patitiva de Assaré, Jorge Amado, Xangai, Elomar, Rui Barbosa,

Zé Ramalho, Ednardo, Jorge Amado, Raul Seixas dentre outros...a arte de Gonzagão.

Assim que o juízo é tomado, aparece o sorriso desdentado,

Trabalho, sorte e solidão selados; sobre o balcão escornados!

Aquele senhor faceiro, meigo e gente boa,

Conhecido nas redondezas por Malasorte,

Não à toa, labutador com pitombas,

Pelos amigos, para casa é levado, antes que durma desmaiado.

Nas avarias das tardes e noites, é álcool que sobe;

silencio que desce; monotonia de vida que surge;

Pernas que se afrouxam, bambeiam, tombam.

Bom dia!

PA

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 15/04/2015
Reeditado em 27/04/2015
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