HERÓI de INFÂNCIA
Recém-chegado da cacimba,
Sobre o pescoço vergado, além da vazia cabeça,
Cheia de água, a cabaça.
Dirigiu-se ao boteco; arriou o objeto no chão batido,
Tomou sem embaraço uma lapada de cachaça.
Cuspiu um gole para a falecida Sinhá,
E o resto lançou no pé do santo que fica em silencio no seu canto.
Enquanto o álcool não sobe,
Malazarte conta hi(e)stórias de Lampião,
Mula sem cabeça, bumba-meu-boi, xote, baião.
Patitiva de Assaré, Jorge Amado, Xangai, Elomar, Rui Barbosa,
Zé Ramalho, Ednardo, Jorge Amado, Raul Seixas dentre outros...a arte de Gonzagão.
Assim que o juízo é tomado, aparece o sorriso desdentado,
Trabalho, sorte e solidão selados; sobre o balcão escornados!
Aquele senhor faceiro, meigo e gente boa,
Conhecido nas redondezas por Malasorte,
Não à toa, labutador com pitombas,
Pelos amigos, para casa é levado, antes que durma desmaiado.
Nas avarias das tardes e noites, é álcool que sobe;
silencio que desce; monotonia de vida que surge;
Pernas que se afrouxam, bambeiam, tombam.
Bom dia!
PA