Viagem para São Paulo.

A procura de melhora

Eu saio do interior

Fui para a cidade grande

Demonstrar o meu valor

Tentar a sorte no trabalho

No mundo que deus Criou

Deixei mamãe em casa

Com o choro cortando a fala

Minhas roupas e sapatos

Coloquei tudo numa mala

Deixei de recordações

Duas fotos expostas na sala

Era quatro da manha

Da cama iria levantar

Colocar a mala no ônibus

Para a viagem começar

Partindo de minha terra

Sem saber quando voltar

O coração batia sorte

Sem ter rosto pra sorrir

Recordações que não faltavam

Do lugar onde nasci

E a saudade aumentou mais

Ao passar por Jacaraci

O sol despontava brilhante

No meu rosto a refletir

O ônibus cortava chão

Disto nunca me esqueci

Da placa de “sejam bem Vindos”

Na cidade de Urandi.

Com asfalto cobrindo o chão

A viagem ficava gostosa

Começava Minas Gerais

Aquela terra maravilhosa

Ainda guardo boas lembranças

Da cidade de Espinosa

Por ali não demorei

Meu destino era o sul

De repente uma surpresa

vi a terra do umbu

Parei para conhecer

A cidade de Monte Azul

Já era quase meio dia

Avistei uma parede

Era sinal de uma cidade

Onde matei a minha sede

Tive o prazer de conhecer

A cidade de Mato verde.

No relógio passava as horas

A alma sentia se sozinha

Num dia muita importante

Igual para mim não tinha

Pois estava conhecendo

A famosa Porteirinha.

Por aqueles trechos de Minas

Deixei a saudade de lado

Com uma paisagem linda

Eu fiquei muito encantado

Ao passar por Janaúba

Aquele nome ficou gravado

Com estômago abastecido

Pus os olhos a descansa-los

Sonhando coma minha terra

Quando ouvir alguns estalos

Era o movimento de uma cidade

A bonita, Montes Claros!

Para espantar o sono

Tomei logo um vinho tinto

E de recordações eu levei

De couro um belo Cinto

Viajei muitos quilômetros

Para chegar a Corinto.

Naquela linda cidade

Comi logo um pão caseiro

Ansioso com a viagem

Por aqueles Chãos mineiros

Vi as luzes no para-brisa

Da Cidade de Curvelo

Naquela parada de ônibus

Tomei um único café

Pra dar um tapa no visual

Peguei um lindo boné

Que tinha uma frase escrita

Da gruta de Maquiné

Para retirar a sujeira

O Ônibus foi para lavagem

Foi quando aproveitei

Para conferir a bagagem

Percebi que eu estava

Na cidade de Contagem

Olhando o pôr do Sol

À noite escureceu o monte

Dormi igual uma criança

Com a mão sobre minha fonte

Abrir os olhos para conhecer

A capital Belo Horizonte

O sono veio de novo

E novamente adormeci

Muitas cidades passaram

Das quais eu não conheci

Foi quando acordei

E estava em Carandaí

De formigas a Oliveira

Fui viajando sem parar

E lá na serra da Canastra

Tive o prazer de observar

E saber que velho Chico

Começa a Correr de lá

Na divisa com São Paulo

O coração batia forte

Eu um homem sofrido

Vim tentar a minha sorte

Num lugar tão arriscado

Entre a vida e a morte

Ao entrar em terras paulistas

Coloquei minha calça branca

E também minhas botas velhas

Fui logo colocando panca

Pois era um sonho conhecer

A cidade paulista de Franca

De Franca fui para Barretos

La na festa do Peão

Vir muitas mulheres lindas

De arrebentar o coração

Coloquei logo meu chapéu

Para manter a tradição

De Santos a Peruíbe

Conheci o litoral

Tomei uma agua de coco

Que não me fez nem um mal

Essa viagem sem duvida

Pra mim foi muito legal

Desci na estação da Luz

Passei na Praça da Sé

E na paroquia de São Franscisco

Demostrei a minha Fé

Passei na Avenida Paulista

E no estádio do Canindé

De repente uma coisa estranha

Quando olhei para o outro lado

De ver a cama vazia

E eu naquele Chão gelado

Foi um sonho que eu tive

E naquele momento acordado.

Ivan Sousa
Enviado por Ivan Sousa em 19/03/2015
Código do texto: T5175777
Classificação de conteúdo: seguro