cordel a ser declamado em meu casamento, 28.02.2015

Das coisas que vi no mundo

Pouca coisa me envolveu

Umas tantas nem senti

Algumas até me comoveu

Das atenções não vividas

Até as dadas desmerecidas

E em meio a isso surgi eu

Eu nasci na cachoeira do sapo

Já no sertão potiguar

Numa escola abandonada

Onde minha família foi morar

Por falta de uma moradia

Começava naquele dia

A história que vou contar

Cresci naquelas terras

Brincando sem ter segredo

Nos terreiros de tardezinha

Ou pela manhã bem cedo

Mas se tivesse que ir pra enxada

Limpar mato de madrugada

Eu ia sem nenhum medo

É verdade que não gostava

Nunca quis ser trabalhador

Eu Gostava era de escrever

Pois era um sonhador

E mesmo naquele tempo

Era meu divertimento

Já sonhar com meu amor

Mesmo um minino buchudo

Das canelas bem fininha

Mais cabeça do que corpo

Já escrivinhava uma letrinha

Pra meu amor invisível

Sem saber que era possível

Um dia ela ser minha

Fiz desse amor uma horta

Pra plantar meu coração

Adubando com sonhos

Semeado com a própria mão

Ficava eu matutando

E esse amor alimentando

Esperando sua realização

Eu cresci, mas não esqueci

Do sentimento que fiz nascer

Que mesmo dum minino

Era meu intuito viver

Sentir aquela sensação

Que me invadia o coração

E que me ajudou crescer

Na vida eu fiz estagio

Em tudo que possa existir

Horas Tive que falar a verdade

Em outras tive que mentir

Aprendi a apanhar

Sem ao menos me queixar

Também a chorar e a sorrir

Mas a vida sempre foi bela

Eu sempre assim quis ver

Por mais que não fosse

Eu nunca quis compreender

Pois Tinha meus pensamentos

Lápis, papel e sentimento

E com as letras fui me perder

Abusei das vinte e três

Mais três pude paquerar

Ali transarvamos alegremente

E eu de poesias a engravidar

Nelas um pedaço de mim

Do menino que não teve fim

E que nasceu pra sonhar

Um dia a vida me disse

Algo que não pude entender

Mostrou-me uma direção

E eu fui sem nada dizer

Encontrar aquele eu

Que há tempo já morreu

E precisava renascer

Nas terras da pedra preta

Numa festa, num forró

Foi quando avistei o ser

Meu coração bateu sem dó

A mulher que eu amei

Do jeitinho que eu sonhei

E eu já não estava mais só

Foi amor a primeira vista

Como se ver na televisão

O caboclo amatutado

Se embriagando de paixão

Cada palavra uma certeza

Em meio a tanta delicadeza

Ofertei meu coração

Dei também minha vida

Meu bem de maior valor

E Naquele exato momento

Resgatei aquele amor

Cultivado quando menino

E Só sendo coisa do destino

Nosso caminho se cruzou

No seu lindo sorriso

Vi uma porta pra felicidade

Nele uma parte de mim

Muito mais que uma metade

Perdida pelo universo

Como mostra esses versos

Feitos com simplicidade

Vi o menino de antes

Naquele tumultuado salão

Fascinado como criança

Que brinca com bola de sabão

Torci pra noite se alongar

E a conversa não terminar

Sem antes tocar em sua mão

Ao fim de tudo um abraço

Um até logo, foi um prazer

Espero te ver de novo

Para melhor te conhecer

Matar a saudade da gente

Ver teu sorriso inocente

Que penetrou o meu ser

Lembro de cada detalhe

Do dia que vi nascer

O menino do menino de outrora

Que o tempo fez esquecer

Mas naquele dia

Em meio aquela alegria

Ele pode renascer

Nesse dia fiz questão

De ver o sol nascendo

E perguntei diversas vezes

Porque não estava entendendo

Aquela sensação diferente

Que nasce bem dentro da gente

E vai nos preenchendo

Pelo face o pedido de casamento

Dois dias depois que a conheci

Não restava dúvidas em mim

Por tudo que eu senti

Quando a vi a primeira vez

Sem duvida, nem talvez

Era você que eu sempre quiz

A vida foi boa amiga

E nos fez se reencontrar

Depois de dias e dias

Sem um ao outro olhar

Numa viajem inusitada

E sem ser programada

Voltamos a nos aproximar

E Naquela noite de são João

Na terra que te conheci

No local daquele abraço

Que de você me despedi

Aconteceu o que sonhava

E dos lábios de quem amava

Do seu beijo ressurgi

Agradeço a deus por você existir

E feito meu mundo mais feliz

Ter inspirado tantas poesias

Do jeito que sempre quis

Assim pude me achar

Você me ensinou a amar

E fui um excelente aprendiz

E Hoje se cumpre o juramento

Que um dia te fui propor

Casarmos com queríamos

Com a benção do criador

Aos olhos de tanta gente

Que vieram contentemente

Ser Testemunha desse amor

Foi num dia como esse

Que tudo começou

Ali, bem ali ao lado.

Que nosso caminho se cruzou

Depois de tantos desencontros

Achamos-nos já prontos

Como o menino sonhou

Saiba que você me faz bem

Desde quando sonhava com você

Tentarei dar o melhor de mim

Enquanto junto a gente viver

Te honrarei ô minha senhora

Por todo dia e em toda hora

Com o mais profundo prazer

Eu sabia mais que ninguém

Que isso iria acontecer

Sabia que casaríamos um dia

Porque eu nasci pra você

Pra ficar bem ao seu lado

O Menino poeta apaixonado

Te amara em todo seu viver

Lino Sapo
Enviado por Lino Sapo em 22/02/2015
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