*O DONZELO DA MELANCIA!!!
Lembrei-me de alguns versos que um velho tio meu narrava a quase 60 anos e já tinha aprendido com o pai dele, e aproveitando alguns trechos da oratória que ele fazia adaptei o pequeno causo que ora faço o relato pra vocês.
O DONZELO DA MELANCIA!!!
Lembro um rapaz
Morador na Melancia,
Que chorava todo dia
Com vontade de casar;
Foi pra cidade,
Arranjou uma pequena,
Seu moço faz até pena,
Quando eu começo a contar.
Ele, um donzelo,
Matuto, broco e inocente;
Ela muito experiente
Vivenciada demais,
O seu emprego
Foi sempre de marafona,
Nos cabarés lá da zona,
Que tem na beira do cais.
Mas, o coitado,
Não sabia o que era isso
Assumiu um compromisso,
De casar com a guria,
Agiu depressa
Pra fazer o casamento
E até roupa pra o jumento,
Comprou na alfaiataria.
Cevou um boi
Para o churrasco da festa
Preparou baile, seresta,
Pra noitada especial;
E com requinte
Organizou a matriz,
Convidou padre e juiz,
Para o cerimonial.
Deu-se o casório
Bem no final de setembro,
No meado de novembro
Já havia “cachimbada”;
O moço ancho,
Ficou foi muito contente;
De tão inexperiente
Nem desconfiou de nada.
Pensou que o filho
Fosse seu legítimo herdeiro;
E gritou pra o mundo inteiro
Fiz coisa que ninguém fez!
Sou muito macho,
Provei que não sou mofino,
Pois pra gerar um menino
Passei pouco mais de um mês.
Eu vejo gente
Que casa e fica embromando,
O tempo vai se passando,
E não se agrega ao esquema;
A mulher passa
Nove meses no sufoco,
Pois eu, em um mês e pouco,
Resolvi esse problema.
Quanta Inocência
Contida nesse matuto;
Pois não foi bastante astuto
E nem sequer percebeu,
Que aquela moça
Com quem casou e deu luxo,
Já trouxe da zona o “bucho”
E o filho não era seu.
Carlos Aires 11/12/2014